segunda-feira, 11 de maio de 2015
" FOLHA SECA" PARAENSE
Li na internet há poucos dias atrás, um pequeno relato de um cidadão sobre Luis Antonio Reis da Cunha, que não é outro senão o grande ex-meia-atacante que o Pará já teve e que atuava na Tuna Luso Brasileira, que tinha como apelido China. A postagem entre outros merecidos elogios, afirma que China foi além de um "cracaço" de bola, também lhe é atribuída a invenção da "folha seca". Para os menos afeitos à linguagem do futebol era, (ainda é ?), um chute de efeito dado na bola fazendo-a descrever uma curva e que não tinha defesa para o goleiro. Adianta todavia o internauta, que tinha toda confiança nas afirmações pois tinha recebido de seu avô, que apesar de torcer pelo Paysandu, não perdia também jogos da Águia do Souza, quando inclusive esta, possuia equipes fortes e competitivas.
Ele acrescenta que em um jogo amistoso entre a Tuna e o Botafogo-RJ, que terminara com a vitória do clube carioca por 3x1, coube ao genial China marcar o gol de suas cores, justamente em uma cobrança de falta, já usando a decantada "folha seca". Ao final do prélio, o também mestre Waldir Pereira, o famoso Didi do Botafogo e Seleção Brasileira, aproximou-se do craque China, parabenizou-o e solicitou informações de como ele efetuava tal chute. Após algum tempo os dois no gramado, Didi assimilou (e muito bem) o perfeccionismo do toque na bola e logo batizou de "folha seca".
Pelo menos para mim não é novidade pois convivi com um dos irmãos do famoso craque da Tuna que afirmava a versão e mesmo livros que tratam de esporte no Pará, ratificam o fato.
O interessante é que após muitos anos, em 30 de abril de 1957, uma revista esportiva de grande circulação nacional estampava em sua capa: "Folha Seca de Didi Leva o Brasil à Copa". Explicando: a Seleção Brasileira estava disputando vaga para a Copa de 58 na Suécia, tinha empatado com o Peru em 1x1 no jogo de ida em Lima, e no Maracanã teria que vencer ou vencer. Os peruanos além de uma equipe lutadora e brilhante, contava com um arqueiro de cor negra de nome Asca, ele pegou (quase) todas ... digo quase, porque, menos uma falta que o mestre Didi cobrou e que usou todos os ensinamentos do outro mestre, o nosso velho China.
Resultado: um ano depois, o Brasil sagrou-se (pela primeira vez) Campeão do Mundo, na Suécia no dia 29 de junho de 1958.
O nosso criador do chute desconcertante (e "venenoso") para os goleiros, o China, deve ter pensado consigo mesmo, pelo menos eu contrbui indiretamente para a nossa classificação e posterior Título.
Depois de tantas glórias à Cruz de Malta e ao futebol paraense, pois formou várias vezes na Seleção do Pará, e como excelente craque, virou logista do ramo de tintas auto-motivas e faleceu em 20 de novembro de 1998, aos 70 anos, em Belém.
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