A FALTA DE REPRESENTATIVIDADE

Praça Sta. Izabel bem à entrada da cidade

      Rebuscando uma velha gaveta, deparei-me com um recorte de jornal cujo artigo tem o título: "Santa Izabel passa a integrar Área Metropolitana".
     Ali se tem toda uma noção do quanto esta terra foi desconsiderada e nivelada por baixo por alguns políticos, não bastassem os vinte e cinco anos de uma política irresponsável e destruidora entre 1950 e 1975, perpetrada por um falso líder e seus marionetes. 
    Para que pertencêssemos a esta seleta área da metrópole paraense,criada pela Lei Complementar Federal em 1973, passaram-se (pasmem !) 29 anos. Começava com um parecer do então prefeito de Belém, Hélio Gueiros, entre 1993 e 1996 que baseado em um estudo técnico apontava Sta. Izabel como  "município apenas agrícola". Na mesma linha de avaliação, Almir Gabriel e Simão Jatene, descartaram nossa inclusão na RMB e olhe-se que são filhos de um município vizinho (Castanhal). Para piorar a situação, a então governadora Ana Julia, engrossava o coro e da mesma forma, baseada nesse antigo estudo, decretava o veto pela não inclusão de Sta. Izabel na referida região. Ora, como se pode conceber, se antes, já tinham incluído municípios como, Marituba, Benevides e Sta. Bárbara, que na época produziam e possuíam população muito menor que o nosso ? Pior é verificarmos, que todos esses políticos mencionados, sempre tiveram aquiescência e votos substanciais em nosso município quando aqui recorriam e nos brindavam com mais e mais penitenciárias, em troca de alguns poucos quilômetros de asfalto. Afinal, nossa atabalhoada e desnorteada política, diga-se de passagem, corroborou muito com isto.
   O que jamais podemos esquecer e deixar de agradecer fora o gesto de pessoas como os  deputados, José Megale e Márcio Miranda, ambos representantes castanhalenses, que depois de muita luta e dedicação, conseguiram derrubar o veto da então governadora petista, por 33 votos contra 3 e abrir as portas para que o nosso município passasse a pertencer de fato a esta importante Região.
    Tudo poderia ser diferente se tivéssemos desde aquela época (29 anos atrás), um lídimo representante na Assembleia Legislativa, que realmente honrasse a terra onde nasceu.   

HERANÇA MALDITA

Frente do Complexo Penitenciário

     Pode-se afirmar categoricamente que o município viveu até os fins dos anos 60, ares de tranquilidade, pelo menos no tocante violência. Porém no início da década seguinte, mal se sabia que os belenenses, incomodados com o Presídio São José, que se localizava em  zona urbana da cidade, conseguiam desvencilhar-se do problema, quando o governador Fernando Guilhon, elaborou um projeto para transferir (a quem quisesse), tal incômodo. Logo descobriu-se uma imensa área em nosso município (tinha que ser aqui) em  pleno Núcleo Colonial Araripe, na Vila de Americano, o que foi aceito placidamente pelo todo poderoso chefe político local, deputado Vitor Paz e seus seguidores. Coube porém ao governador Aluísio Chaves cinco anos depois (1977), inaugurar o que seria o primeiro de uma série de outros pavilhões prisionais, quando era prefeito Antonio Romão de  Assis. Em 1986 dada a imensa extensão da área, o então governador Jader Barbalho nos brindava com mais uma "monumental obra", a Colônia Heleno Fragoso sob a anuência do então amigo, o prefeito Alderico Miranda. No ano de 1998, o governador Almir Gabriel construía outro "grande empreendimento " em nosso território o Centro de Recuperação Penitenciário do Pará II, estava prefeito Edilson Abreu. Daí sucederam-se outras obras como, Centro de Recuperação Anastácio das Neves, Centro de Recuperação Prisional do Pará III, IV, etc. 
    Nos últimos tempos com as sucessivas fugas, motins, tentativas de resgates, resultando em várias mortes, verifica-se a tamanha iniquidade, fato que motivou a população de Americano através de lideranças, solicitarem um basta nesta verdadeira aberração, apavorada e preocupada com o perigo que lhes ronda cotidianamente. 
  Para se ter uma ideia, apenas nestes últimos 5 anos vários foram os momentos de pavor vividos por funcionários, policiais e moradores do entorno, e até para quem se desloca pela BR-316, corre sério risco de uma bala perdida, em função das sucessivas tentativas de fugas, rebeliões com derramamento de sangue. Agora mesmo no domingo (10),  seis perigosos bandidos conseguiram escapar fortemente armados, estando a polícia ainda na tentativa de recapturá-los.
   Infelizmente, foi esse o legado que nos "presenteou" a velha política, inclusive para as gerações futuras.
   

POBRE PAÍS RICO

   A miséria e as doenças, são apenas consequências de um mal maior: a roubalheira. Jamais evitaremos esses males, se não exterminarmos todos os corruptos e corruptores deste País. 
     

R E M I N I S C Ê N C I A S

    Temos certeza que o verdadeiro desportista izabelense, sente saudades e ao mesmo tempo tristeza, ao ver uma imagem como esta. Trata-se de uma equipe que representou brilhantemente o Atlético Clube Izabelense no Certame Paraense de 1991. Em pé vemos o arqueiro Samuel que defendeu o Paysandu, o terceiro Airton (filho da terra) ,o quarto Haroldão (ídem). Agachados: o segundo é Gilson Abelha,o terceiro Aleixo, seguido de Luis Carlos, posteriormente Joari e Almir. 
   Aproveitamos a foto para ratificar uma nota dada hoje (06/abril/2016), na coluna do bem informado, repórter de O Liberal, Carlos Ferreira, mostrando que no Parazão, Almir (do Izabelense) até agora figura como o maior e primeiro artilheiro interiorano neste certame com 14 gols, à partir de 91.
  Portanto mais uma prova inconteste do que fora o nosso Frangão em um passado não tão distante, contrastando de forma lamentável com a atual situação de abandono, por muitos que deveriam primar pelo legado que tantos dedicados dirigentes de outrora deixaram.
  Com a atual a ineficiência, apaga-se e subestima-se a cada dia, uma história tão rica e repleta de glórias e triunfos. Infelizmente não sabemos valorizar o que é (ou foi) nosso.
        

C A R T U N L I N O

                     Nero tupiniquim ?

QUEM MERECE SEU VOTO ?

     Há poucos dias de uma nova eleição, quando teremos oportunidade de eleger novos mandatários para o quadriênio 2017-2020, reside aí uma necessária e profunda reflexão.
     Para alguns observadores mais afeitos, o modelo político que alguns ainda se apropriam, o velho e surrado clientelismo, é talvez um dos maiores males que denigre e envergonha esta nobre atividade. Como é de domínio geral tal prática funciona como um contrato escuso, onde o pretenso homem público oferece algo em troca do voto, visando unicamente subornar o eleitor. Na maioria dos casos, os principais atores são figuras abastadas, com polpudas reservas financeiras, que invariavelmente são os únicos beneficiados. Embora a Lei condene em todos os sentidos tal procedimento, muitos se arriscam por tais "atalhos" e às vezes conseguem, mesmo burlando a Justiça, sufrágios  suficientes, para depois se ufanarem de ter "conseguido" alguns milhares de votos -o que naturalmente nem sempre refletem as qualidades ou capacidade do eleito. Para tal, buscam com suas atitudes torpes, pessoas pouco informadas e até necessitadas, que ignoram o currículo destes, sendo geralmente moradores  de longínquas localidades e logo se constituem presas fáceis para esse tipo de crápula. As graves consequências sempre recairão sobre a vida do próprio corrompido, pois passa de livre credor de seus direitos, a um reles e submisso devedor.    
     O clientelismo por seu turno, tem suas raízes no "coronelismo" infelizmente ainda muito em voga, quando se sabe que são verdadeiras "usinas de votos" mais conhecidas como "currais eleitorais" -onde o eleitor (geralmente serviçal e semi-analfabeto), é levado no "laço", para efetuar aquilo que seria seu livre direito como cidadão.
    Nos últimos tempos, vemos os rumos que infelizmente tomou a nossa política, onde a deslealdade, a imoralidade e a falta de compromisso, tornaram-se lugar-comum, desde os Estados mais ricos, aos mais recônditos municípios pelo Brasil à fora  -jogando esta nobre atividade ao lodo e ao descrédito quase irreversível, nivelando bons homens públicos que existiram e ainda existem, no mesmo cocho dos malfeitores e corruptos, aproveitadores de cargos públicos, que o povo lhes conferiu um diploma, para bem lhe servir e não para surrupiarem seus bens.
     Por tudo isso, veja quem merece realmente seu voto.