segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

PARABÉNS À MINHA TERRA !

Praça do Expedicionário
Antiga Praça da Bandeira
Atual Praça da Bandeira
Atual Praça da Matriz

Vista do Rio Caraparu

Praça Sta. Izabel
Trecho do Rio Caraparu
Antiga Rua Cearense (hoje Av.Francisco Amâncio)

      Neste 7 de Janeiro completas 85 anos de existência e mereces um abraço fraternal de toda a tua gente.Gente que te viu nascer,gente que te viu desenvolver e gente que te ama ao te conhecer. Teu ilustre fundador Valentim e sua companheira Izabel, se vivo estivessem,com certeza de forma regojizada, se juntariam a hoje os teus 85 mil habitantes e entoariam o teu Hino seguido de um uníssono Parabéns Pra Você. Também jamais deixariam esta data passar despercebida, os teus inúmeros ilustres incentivadores e colaboradores que estiveram à frente de teus destinos e que deixaram seus nomes gravados na tua brilhante história e, que tudo fizeram para que sobressaísses entre as co-irmãs da Região Nordeste deste imenso Pará. Não obstante os obstáculos em teu caminho, conseguistes aos poucos progredir, e hoje tens ao teu favor, uma nova geração que pode e tem o dever de te elevar e te conduzir a um patamar entre as mais progressivas da Região Metropolitana de Belém. Teus verdadeiros filhos que no presente desfrutam de mais oportunidades no campo do saber, têm que ter o compromisso de imbuir-se na direção do teu progresso, e ninguém como eles, para melhor conduzir-te nesta gloriosa caminhada. Tens riquezas a explorar e, somente com dedicação, conhecimento de como explorá-las, é que poderás progredir e chegar ao lugar almejado e sonhado por todos aqueles que te viram nascer,os que te viram crescer e os que poderão te ver desenvolvida plenamente nesta região do Nordeste Paraense. 
    Hoje portanto, é o dia de bradarmos bem mais alto: Parabéns Minha Querida Sta. Izabel do Pará!    

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

D E M O C R A C I A "DO FAZ DE CONTAS"


   Infelizmente a política em determinados locais funciona mais ou menos assim: juntam-se os principais articuladores de um partido qualquer e inscrevem candidatos da zona urbana ou mesmo rural, cuja credencial exigida é possuir votos -,daí formam-se uma grande corrente cuja meta principal é eleger um prefeito, também já previamente escolhido. Com a maioria conquistada na Câmara do município, o agora Chefe do Executivo, passa a ser o senhor da situação, isto é, consegue administrar e legislar ao mesmo tempo, pois todas e quaisquer propostas e ações (por absurdas que sejam), são incontestavelmente aprovadas pela edilidade que se torna obediente e fiel, logo presa às ordens do gestor e dessa maneira, excluí-se e elimina-se o poder reprensentativo do povo.
 -Existiria alguma localidade que progrida nestas circunstâncias?
    

segunda-feira, 26 de março de 2018

PORQUÊS DE NOSSA MISÉRIA


    No Brasil todos sabemos que existem muitos que enriqueceram à sombra do poder, beneficiando-se com falcatruas de toda sorte, ocultadas pela impunidade. Vários outros ainda buscam a permanência, através de parcerias maquiavélicas, com aqueles que ontem se diziam "adversários", num verdadeiro espetáculo asqueroso, senão criminoso. 
  Pode-se resumir tudo isto, em duas frases de dois participantes dessa comédia vergonhosa e sarcástica, que fez nosso povo mais pobre, enquanto "eles" engordavam suas contas bancárias:

  
 " A corrupção na Petrobras começou com a saída dos militares do poder!" 

 " Nunca ganhei 1 centavo durante o governo dos militares, não havia como ganhar. Não havia brecha para propina, Dr...!"


-Precisa mais explicações?

sexta-feira, 23 de março de 2018

QUE MUNICÍPIO QUEREMOS?


     Sem querer enaltecer de forma exagerada, mas as gerações passadas deram uma substancial colaboração para o engrandecimento desta terra -mesmo a despeito de uma grande maioria ainda não possuir uma formação adequada ou uma instrução condizente para tal, naquela época. 
    Depois de ter assistido a quase aniquilação de sua terra por 30 anos, aquela gente reagiu heroicamente e de forma gradual, devolveu ao povo um município que se encontrava devastado, sem a menor perspectiva de desenvolver-se, sem norte e muito menos visibilidade externa. Durante esse período crucial (1950 a1980), foram feitas várias tentativas de enfrentar a despropositada situação, quando grupos de verdadeiros izabelenses reuniam-se de forma pacífica e democrática nas residências, nos clubes, para tentar salvar o município daquela angustiante fase -da qual participavam pequenos comerciantes,desportistas, alguns profissionais, funcionários públicos e raros políticos. Depois de inúmeros encontros, colocaram em prática seus planos e tempos depois conseguiam mostrar àqueles que ora dominavam o município, que não faziam parte das "vaquinhas de presépio", e assim conseguiram libertar esta terra de uma longa e penosa estagnação orquestrada. É bem verdade que não atingiram o primor das transformações, porém nos legaram um município livre de um entrave que já perdurava por três longas décadas. 
    Nossa geração (os nascidos nos anos 40), veio em seguida e ainda sentiu o impacto daquela catástrofe inicial, pois sequer se tinha condições de sequenciar nossos estudos, face o desmonte ou o atraso da educação na época, -mesmo assim demos nossa modesta contribuição nos esportes, nas exuberantes reuniões sociais do Clube Thalia, na revitalização urbana, apoio às instalações telefônicas, além de um ou outro cidadão, que teve atuação na área política, pelo menos discreta.
    Bem sabemos, que hoje contamos com novas cabeças pensantes, que tiveram a oportunidade e o privilégio de encontrar um município em condições bem mais favoráveis, onde a área educacional sobressaiu-se e expandiu-se, onde se vê muitos jovens galgarem conhecimentos em várias áreas do saber, onde a tecnologia avança em amparo à ciência, enfim onde se pode vislumbrar uma luz no fim do túnel. 
    Não se acredita portanto, que estes mesmos jovens de hoje, estejam conformados com a marcha-lenta que ainda contrai o município e mais precisamente, com a maneira que a nossa política ainda se arrasta, quando visivelmente ainda se conduz sob a égide da inabilidade, do conformismo e não raras vezes, do compadrio  -espera-se portanto, que esses nossos novos cidadãos com suas inegáveis capacidades de dicernimento e arguta compreensão de políticas sociais e desenvolvimentistas, posicionem-se em socorro de sua terra, pois só assim estarão construindo e escrevendo uma nova página para o progresso de Sta. Izabel.
   No nosso singelo modo de pensar, o que se deve discutir, rediscutir, pesar e sopesar, são as mazelas que ainda nos afligem e ainda nos refletem um município subdesenvolvido em vários aspectos e sentidos. As discussões nacionais deixemos para o Congresso e os Tribunais competentes.
   -Temos que ter em mente o município que queremos, a menos que pensemos que aqui, está tudo as mil maravilhas.   

       

terça-feira, 20 de março de 2018

TURRONA


    Vovó Matuzalena agora pegou pesado: disse que só vai aceitar o Teste Biométrico, quando ver todos os ladravazes-contumazes já descobertos no Brasil, com suas impressões digitais também gravadas nos arquivo da PF.  

segunda-feira, 19 de março de 2018

NAQUELE TEMPO


    Os amigos que viveram ali pelos anos 50 devem lembrar muito bem do impagável Francelino. Uma minúscula figura de uns 1,40 m, massa muscular desavantajada -sóbrio- um ser humano brando, pacato, voz quase inaudível, de poucas palavras e residia quase em frente à Estação Ferroviária, (ao lado da Assembleia de Deus) com sua companheira e aparentava na época seus 50 anos. Fazia da arte pirotécnica o seu meio de vida, talvez o único artífice nessa profissão pelas redondezas e diga-se de passagem, seu trabalho era elogiado, quando se via em qualquer manifestação comemorativa, como os nossos Círios, comícios, festas de fim de ano, aniversários, enfim, aonde houvesse comemorações, lá estavam os famosos fogos do Francelino. Seu estabelecimento comercial ostentava no frontispício e com letras garrafais, "Foguetaria Toscana", abrigado em um chalé de porta e janela. 
    Como ainda existia o grande Mercado Municipal (onde hoje se encontra a Praça da Bandeira), cujo majestoso prédio constituía-se o ponto referencial para nossa gente, onde se via todos e de tudo, quase todos os dias. Minha turminha a maioria entre 8 e 10 anos, sempre brincávamos ali pelas redondezas e volta e meia nos aparecia aquele delicado senhor, retirava dos bolsos alguns pacotes de "estalinhos" ou outros foguetes menores e nos ofertava, sentíamos que aquilo lhe enchia a alma de contentamento, dado o seu semblante demonstrando felicidade e alegria. 
   Por outro lado, Francelino com aquela aparência tímida, seu físico minúsculo, a voz baixa, quase o desconhecíamos quando vez por outra aparecia nos cantos do velho Mercadão, a proferir um "discurso" único e breve, que só ele sabia propagar, bem como, o motivo daquela manifestação e assim a todos os pulmões ele repetia inúmeras vezes o bordão: "Cabôco cria vergonha na cara cabôco !.. Quem tá falando aqui é um correligionário de Magalhães Barata, cabôco!" Daí, saia para os outros cantos do prédio e depois para o obelisco da Praça, sempre repetindo o mesmo chavão -porém o que levava os passantes a parar e rirem, era o seu jeito de andar com o peito estufado e as pernas meio que retesadas, além dos gestos imitando um orador inflamado, numa sincronia perfeita. Algumas vezes figuras maldosas passavam-lhe talco usado em bilhar, no seu rosto, porém ele nem ligava e saia discretamente para continuar o seu despretensioso e hilário "showmício". A tarde já avançava e certamente o efeito etílico também diminuía, ele agora mais calmo sentava-se no banco da Praça e parecia que pouco a pouco voltava a ser o velho Francelino, aquele que presenteava as crianças com seus foguetinhos, com a brandura de um Papai Noel, mesmo fora de época. 
   Dez a quinze dias depois, ele repetia tudo de novo, da mesma forma, do mesmo jeito e no mesmo horário. Já quase noite, ele parecendo sóbrio, notava-se sua minúscula figura subindo a Rua Bragantina (hoje a Generalíssimo Deodoro), seu zigue-zague confundia-se com inúmeros buracos da artéria que lhe dificultavam mais ainda suas trôpegas passadas e apenas lhe favoreciam o trajeto, três ou quatro lâmpadas nos postes da iluminação pública, até chegar em sua casa.
     Anos depois soubemos do seu passamento, garanto que muitos sentiram, principalmente nós, aqueles meninos que sempre eram agraciados com generosos foguetinhos e saiam estourando-os numa explosão de contentamento. 
    Os dias de Círios, as Novenas, os verdadeiros comícios eleitorais, o Aniversário do Município, os 7 de Setembro, já não seriam iguais a dantes, pois faltavam os potentes rojões, os "foguetes-de-rabo" e as "chuvas-de-prata", fabricados por uma simples figura, o pequeno-grande Francelino. Ele que também fez parte de nossa infância.

    Resquiescat in pace. (Descanse em paz!)