terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

ESPERAR PRA VER


       Imagine-se um município que hoje apesar dos seu 83 anos de emancipação, experimentou mais da metade desse tempo, uma política incoerente, isto é, sem o menor resquício, no que concerne transformá-lo em um pólo atrativo ao mercado empreendedor. Todo esse período fora desperdiçado por meras disputas domésticas e despropositadas, onde a meta principal resumia-se em assomar-se ao poder, sem um projeto viabilizador que viesse elevar e desenvolver esta terra de forma abrangente e eficaz. A história não nos deixa dúvidas, quando nos aponta a performance de várias gestões e legislaturas, que sem perspectivas e ações progressistas, deixaram apenas a marca recessiva, sem obviamente, acrescentarem algo para o nosso desejável avanço. No período, muito pelo contrário, perdeu-se alguns empreendimentos que aqui pretendiam localizar-se e que foram desestimulados ou preteridos, por pura inabilidade administrativa. Nos anos 90, o município agora com meio século de existência e uma população de aproximadamente 50 mil habitantes, dava amostras de livrar-se daquela fase obscura, quando Edilson Abreu, em duas  gestões, retirava-o do fundo poço, conseguindo dar um sopro de esperança aos izabelenses  -inclusive indo por algumas vezes à Capital Federal em busca de recursos, já que não se tinha um deputado para atuar nesse sentido. Abreu, se não promoveu o município a um melhor patamar, mas pelo menos deixou um caminho aplainado para os próximos gestores e novas perspectivas. Daí em diante, viveu-se mais 16 anos à mercê de gestões pouco inovadoras, a ponto de não dar continuidade ao trabalho anterior, haja vista, que nos dias atuais, continuamos como um dos municípios que menos se desenvolveram na Região Metropolitana de Belém. 
    Agora chegamos a 2017 com a oposição galgando o poder, alicerçada por uma campanha repleta de ufanismo, passando ao eleitor a sensação de esperança e, inclusive explorando todas as possíveis falhas de Gilberto Pessoa - levando-o decisivamente, ao total descrédito popular.  Porém o ponto alto da propaganda vencedora, se respaldava principalmente, na robusta dinheirama do Palácio Noé de Carvalho, que não era (ou não fora) utilizado em prol do povo e o estado de abandono do município -o que naturalmente foi assimilado facilmente pelo eleitorado e proporcionou a folgada vitória. 
    Por outro lado, a nova gestão, agora assenhorada de tudo, deve lutar contra  relógio para por em prática todas as obras prometidas e resolver todos os problemas levantados e expostos, nesses 46 meses que lhe restam. Se conseguir ao menos a metade, pode credenciar-se a um segundo mandato e concluir o resto das referidas promessas. 
   Quanto a nós pobres e mortais eleitores, resta-nos esperar pelos bons ventos.  

sábado, 25 de fevereiro de 2017

ISQUEMIA TÁTICA


  Na política, devia-se adotar o mesmo sistema que se aplica no futebol: municípios que só estão perdendo ou empatando, primeiro dava-se uma "parada técnica" e em seguida, dispensavam-se todos: do "presidente" aos "reservas".

                                                                                                                                                                                                                              Téc.) Zé Cutite     

                                                                       

                                                                           

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

VELHOS CARNAVAIS

Escola Égua de Nós em plena atividade

      Iniciado presumivelmente nos anos 70 com uma brincadeira entre amigos, à frente o entusiasmado e divertido Osmar Dourado, o Barrinda, o bloco "Égua de Nós" fora o que mais se destacou naquele período. Pela primeira vez se apresentou com um pequeno trator (pula-pula) que puxava uma carroceria onde os brincantes se esbaldavam ao som de um conjunto "pau-e-corda",  sob os acordes do nosso clarinetista Rocha, tocando sem parar as marchinhas da quadra momesca. Embaixo, logo atrás, a turma da manguaça completava a animada folia que desfilava pelas ruas da cidade e só parava às altas horas. Anos depois, agora sob a direção do saudoso carnavalesco Francisco Deuzumar, o popular Mazinho, juntamente com sua esposa Edite, o bloco cresceu, virou escola e por várias vezes se apresentou em nossa capital juntamente com outras agremiações do gênero. Mesmo com poucos recursos em todos esses anos, o grupo conseguia a façanha de animar a Quadra Momesca, onde um outro expoente, o nosso compositor Edilson Bitar, sempre aparecia como um dos maiores incentivadores, para o sucesso da agremiação. 
   Infelizmente com o desaparecimento do grande entusiasta que era Mazinho, não tivemos mais o brilhantismo e a alegria contagiante no nosso Carnaval, que a Escola Égua de Nós nos proporcionou por longos e longos anos. É lamentável.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

OBSERVAÇÕES "CRISIOLÓGICAS":


   Se acaso os governantes sentissem (como os governados), os maléficos impactos das crises, claro está que não existiram crises.

                                                              Profº Crisonildo Justo

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

CHARGEDOLINO


                ACHATAMENTO DE SALÁRIOS, AUMENTO DE      IMPOSTOS E ALTO CUSTO DE VIDA, TUDO ISSO PROVA QUE ...

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

CHARGEDOLINO

      Publiquei a charge acima, há cinco anos atrás e hoje, um punhado de salafrários estão na cadeia. Tudo resultado do maior assalto aos cofres públicos e da Petrobrás, entre 2004 e 2016. Porém o "novelo" é bastante extenso e continua desnudando figuras que antes apareciam como verdadeiros pais da moralidade e da decência.   

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

REMINISCÊNCIAS ESPORTIVAS


     Para os mais moços, aí está uma das formações da então LAI- Liga Atlética Izabelense  no ano de 1964, que marcou a primeira participação do nosso município no Certame Intermunicipal. Nossa Seleção após eliminar as fortes representações de Soure e Barcarena em jogos de ida e volta, caia fragorosamente ante o quadro de Marapanim naquela cidade, e empatava em casa num jogo tumultuado -prélio que foi paralisado e posteriormente transferido para o Estádio da Tuna Luso em nossa Capital e ao persistir o resultado, deixamos a competição porém concisos de nossa luta. A foto registrada no Abreuzão, aparecem os jogadores, em pé da esquerda para direita: Jurandir (que mora no Conj. Cidade Nova-Ananindeua), Jorge (ainda reside em nossa cidade no Bairro Sta. Lúcia II, hoje lamentavelmente, paraplégico), Formiga (falecido em 2016, em Bragança-SP), Osvaldino (falecido em nossa cidade em 1986), Nêgo Chico (também falecido nesta cidade) e Bibito (sem informações); Orlandino (residente nesta cidade), Maranhão (já falecido); Pipio (residente em Marapanim), Canhoteiro (falecido) e Lola (ainda morador de nossa cidade). Deste excelente elenco também faziam parte: o goleiro Cacareco, os zagueiros Barriga, Pipira, Vicente e Dionísio, o meio-campista Ratinho, os atacantes Alderico e Ceará (Inic), dentre outros.
    Fora sem dúvidas, uma experiência ímpar para todos nós atletas, termos tido a oportunidade de defender o nosso município (pela primeira vez), nesse tão emocionante e bem disputado Torneio, que sempre reúne as maiores forças do futebol interiorano, onde o amadorismo fala mais alto. Portanto uma época inesquecível e que deixou muitas saudades a todos nós desportistas. 

CARTUNLINO


                                              Nestes tempos tão bicudos
                            Difícil é escolher prato
                            Se nos falta o "caviar"
                            Vai Churrasquinho de Gato
                                            Com um abraço ao prezado Profº Pedro Eduardo, emérito 
                                            criador da Filo-Gastrono-Mia Aplicada. 

sábado, 18 de fevereiro de 2017

SIGAMOS EM FRENTE

Palácio Noé de Carvalho

      Temos batido (literalmente) nestas surradas teclas, que durante todos estes calejados anos a política nefasta e indecorosa do passado jogou o nosso município no pântano viscoso do retroagimento, com naturalmente, prejuízos incalculáveis no que concerne o nosso desenvolvimento e de igual maneira, à nossa população. O desastroso resultado não poderia ser outro senão a sensação de letargia que ainda paira atualmente nos arraias políticos  -que por força das circunstâncias permaneceu por algumas décadas nulo e impassivo diante de uma suposta liderança, cujos propósitos jamais tiveram como meta principal o desenvolvimento desta querida terra.  Também a gritante falta de representatividade na Câmara Estadual fora um dos maiores entraves, muito embora ali tivéssemos acento, na pessoa de um parlamentar nato que obteve (pasmem!) cinco preciosos mandatos, exercendo-os aproximadamente até os anos 70. Àquelas alturas diante de um povo ainda pouco esclarecido, a tal politicalha nutria-se e festejava sucessivas reeleições, onde cada um dos comensais (geralmente pessoas humildes) passavam a fies escudeiros e não raro eram guindados a cargos proeminentes no município, fato que se alongou por aproximadamente 30 anos. É óbvio que não precisaria ser nenhum versado em Ciências Políticas para verificar que constitui-se em um tempo bastante vasto e uma vez desperdiçado levaria qualquer região a um profundo e extenso subdesenvolvimento. Relembre-se ainda que quando fora aprovada a lei regulamentadora da Região Metropolitana de Belém, alguns governadores e outros políticos, vetaram o nome de Sta. Izabel, alegando (segundo estudos ?) que o nosso município tratava-se de uma simples colônia agrícola  -não obstante municípios muito menores e consequentemente menos expressivos foram repentinamente incluídos logo considerados metropolitanos  - quando para nós, sobrava o ônus de arcarmos com o pesadelo e a inquietação, nos entupiram de penitenciárias por todos os poros, tudo sob a complacência e leniência da inexpressividade política de então. Fora um negro período em que o município preso ao tal sistema retroativo, padecia com a falta de atendimentos imprescindíveis como: saúde, educação, saneamento e infraestrutura urbana e no campo.
      A verdade é que o tempo, senhor da razão, se encarregou de trazer a luz a uma outra geração, que com melhores informações vem conseguindo, embora gradativamente, livrar esta terra da obscuridade e do ostracismo que muito lhe fez retroceder em todos os sentidos. 
    Aí estamos no Século 21, porém ainda pesa o resquício da era passada, quando se visualiza nitidamente a premente necessidade da implementação de propostas concisas, objetivas e principalmente racionais no âmbito político, além da utilização de nossas reservas intelectuais dos verdadeiros filhos desta terra, que por suas vivências, vínculos de raízes e incondicional amor municipalista, infinitamente maior -poderão viabilizar com mais ímpeto e conhecimento de causa, o progresso que todos nós aspiramos.
    Venceu-se a tempestade. Agora faz-se necessário sermos fortes, vigilantes e organizados, para não retrocedermos ao período opressivo de pseudos-líderes.   

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

GENTE FINA É OUTRA COISA



      Em uma de minhas andanças pelo nosso apreciável e bucólico interior, ouvi um causo relatado pelo velho Elpídio, um dos moradores mais antigos da localidade, considerado uma espécie  de chefe comunitário. O cenário era a birosca do Zeferino, que ficava há dez passos do igarapé, onde o ramal e a ponte em estado de total abandono, muito dificultava a chegada  ao povoado. Era uma manhã invernosa de domingo, onde Elpídio e mais dois amigos aproveitavam para bebericar e jogar bilharito, cujo "troféu" era um litro de pinga, com direito a "repitota" caso o jogo chegasse ao empate. O som do aparelho teimava em repetir o inconfundível repertório de Reginaldo Rossi, do qual o proprietário era fã ardente e mais especificamente da música "Garçom".  Lá pelas tantas, o experiente Elpídio saiu-se com esta: -Argum de vocês lembra da Firmina, aquela uma, filha da cumadre Cota? Com o aceno positivo dos presentes, ele continuou: -Pois bem. É que coisa de um mês atrás, eu sai daqui pelas duas da madrugada, deixei a montaria lá na vila e peguei carona no "pula-pula" do cumpade Calixto, rumo à cidade pra falá com o prefeito. Às seis da manhã eu já estava em frente ao Palácio, crente que ia ser o premeiro a ser atindido . Quando deu de sete e meia, me mandaram entrá, assubir por uma iscada e aguardá numa pequena sala. Pra meu ispanto, ali já tava mais de 20 pessoa, se ispremendo num banco de pau, que mal cabia 10. Umas meia hora dispois, entra uma moça munto simpática, com um uniforme bonito, bem arrumada e óculo escuro. Ela colocou a elegante bolsa sobre a mesa, abriu a gaveta e começou a distribuir aqueles número. Quando cravei os óio pra cima dela, num tive dúvida : era ela mesmo, a Firmina aqui do povoado. Esbocei um aceno e ela apenas balbuciou um "bom dia", sem a menor intimidade, me entregando a úrtima ficha que tinha o númaro 28. Voltou pra sua mesa, e de lá deu ordem para que fosse obedecida a sequência das "armaldiçoada ficha" . Dispois, ligou o cumputadô, para em seguida se debruçar no telefone, em uma conversa que parecia (pra ela) munto agradável, e de vez em quando se afrouxava em risos e gargalhadas. Dai em diante contei mais de dez impalitozado, que passava por ela, cumprimentava com um beijinho e lá se iam falá com o homi, eles que nem ficha tinham. Nessas artura o relógio já marcava umas 11 e meia e as tripa vazia, já começaram a recramar por arguma coisa pra aliviar a fome. Desci, e no premeiro lancheiro da rua, fui logo pedindo dois tula e um copo de garapa. Depois de uns 20 minuto e agora já de barriga sastifeita, me aprescei pra vortar a bendita sala de ispera. Em lá chegando, não vi um só cristão mais ali, e logo pensei, o próximo deve ser eu. Uns dez minuto dispois, enchergo o zelador já varrendo o ambiente e me dirijo a ele perguntando sobre aquelas pessoa. Então ele mi respondeu: -Só deu pro homi atender até a ficha 15, o resto foi aconselhado voltar amanhã e tirar nova ficha, obedecendo a ordem de chegada. Confesso que nessa hora a desgraçada da úlcera me deu um beliscão da peste e eu munto fulo, jurei nunca mais botá os pé ali. O silêncio foi geral diante da triste conclusão de Elpídio. Porém o amigo Maneco se antecedeu e logo perguntou: -E a Firmina cumpade ? -Quando cheguei na porta de saída, ainda vi ela no carona de um carro luxuoso, me olhou e virou o rosto parecendo dizer: Xô caipira ! -Nem parece mais aquela que se escondia com agente, nas capoeirinha das redondezas -desabafou.
     A noite já começava a mostrar a cara e os grilos já ensaiavam os primeiros acordes de uma longa serenata. Num canto da birosca dois litros vazios e Zeferino conferia a pequena féria domingueira. Os três fregueses se despediram e lá se vão cambaleando, enfrentar a dita ponte prestes a ruir e o ramal lamacento que Elpídio tinha ido reclamar há pouco mais de 30 dias atrás, no Palácio Municipal e que não conseguiu, vencido pelo cansaço e a perversa burocracia da cidade grande. Havia 7 anos que o prefeito, ainda no primeiro mandato, prometeu reparar tudo e deixar a comunidade um brinco.
     Maneco que escorregou e quase despenca ao transpor a bendita ponte, gritou: -Num demora eles estão vindo por aqui de novo. Mas agora eles é que vão ter que implorá com nós, pra conseguir os  112 voto da comunidade. E a Firmina que nunca mais apareça por aqui, munto imbora a cumade Cota num mereça isso.  

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

MEMÓRIAS DE UMA PRAÇA

Praça da Bandeira dos anos 50

      Presumo que por pequena que seja a cidade, ela possui uma praça. Nós por exemplo tivemos a nossa, que até pelos anos 50, ela com seu bem cuidado jardim ornamentado de belas flores, pequenas árvores de sombra, ao centro o obelisco com um mastro, bancos confortáveis em madeira, coreto, passeios laterais e avenidas centrais, além dos postes em ferro com luminárias decorativas, tudo contido em uma área de 50 m por 50 m, aproximadamente. Estava situada bem na confluência das antigas ruas Augusto Olímpio e Cearense, em frente ao antigo Mercadão. Na esquina o comércio de meu pai denominado de Casa Oliveira (que abrigava mercearia, loja de fazenda e bar), seguido da farmácia do Sr. Bastos Lima, uma Cooperativa e outra loja da família Tuma, completavam as edificações mais próximas. Denominava-se como a atual de, Praça da Bandeira e todas as manhãs, principalmente domingueiras, recebia pessoas idosas , jovens e crianças a brincar alegremente numa Sta. Izabel ainda tranquila, ordeira, sem atropelos ou violência -era portanto, uma cidade que há pouco ganhara sua autonomia. Na Semana da Pátria nossa Praça tornava-se galante e impoluta ao acolher as autoridades locais que após o hasteamento da bandeira, aos acordes do Hino Nacional, vinha o desfile do Sílvio Nascimento, do Colégio Antônio Lemos e mais uma ou duas escolas, quando sentia-se orgulhosa em ser mais uma vez, palco de tantos aplausos oriundos do povo , naquela data cívica, que completava-se com a animação exclusiva e primordial da Banda do Mestre Darlindo Correa. Ali assistimos por longos anos, tantos e quantos discursos de campanhas políticas, com naturalmente, o exagerado tempero das irremediáveis promessas não cumpridas. Nas tardes primaveris também servia de ponto aconchegante aos moradores das adjacências, que iam para ali prosear ou degustar o irresistível tacacá de D. Nezinha, em frente às ruínas da velha estação ferroviária que demorava-se bem ao lado direito. Á noite este logradouro emprestava-se aos casais enamorados da época, que ali permaneciam invariavelmente até o incômodo apito da usina elétrica (que ficava à sua esquerda) a avisá-los, que em instantes se apagariam as luzes, isto, às 22 horas impreterivelmente. Ainda aos finais de semanas, nossa praça era submetida a um forçado serão, em virtude das românticas serenatas na voz de alguns inspirados cantores, sempre acompanhados de um respeitabilíssimo pinho, -ou ainda, o insistente incômodo de um ou outro bebum desgarrado, que fazia de leito seus bancos , até que os primeiros raios solares lhes despertassem. No Natal e ao romper do ano, ela se juntava ao velho Mercadão e abrilhantavam aquelas monumentais e memoráveis noites dos anos 50.
    Agora que se passaram seis décadas, e ao ver sua imagem amarelada pelo incisivo tempo, me refletiu um filme gravado apenas na memória, permitindo-me identificar a praça dos meus 12 anos, o que me possibilitou descrevê-la minuciosamente, como se a estivesse vendo. Porém ao olhar a realidade do local, ela já não existe, deu espaço ao progresso, abrigando ali um Ponto de Táxi, que atende a uma cidade, que antes percorria-se com alguns passos. Mesmo assim lá está ela, embora do outro lado, com outras características, mas seu nome não fora (e nem poderia) ser mudado. Ela será sempre a nossa inesquecível Praça da Bandeira, de ontem e de hoje.             

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

CARTUNLINO


                                              Com o Neto Silva, 
                   Não tem Bola Perdida !

R E M I N I S C Ê N C I A S E S P O R T I V A S


     Nos anos 40 eles já eram conhecidos no velho estadinho do Izabelense, sobressaindo-se como verdadeiros "ferrolhos" da inexpugnável defesa alvirrubra. Agora, repentinamente minha lembrança me transporta aos anos 50, quando eu contava com meus 12 anos de idade e como vidrado e assíduo torcedor do nosso Alvirrubro, juntava-me à garotada da época, aumentando o coro dos inflamados simpatizantes do Atlético. Aquela defesa era realmente uma barreira, cuja guarnição se completava com Quirica no arco, Curica, Major,Tarzan, Milton e eles dois ; na frente, com uma fibra espartana, lá estavam: Orivaldo no comando, que simplesmente transformava em gols, todas as bolas que os armadores Ceará e Quarentinha iam garimpar na "meiuca" (meio-de-campo) ; Bira e Bito pelos flancos, davam velocidade à linha ofensiva e de vez em quando "matavam" o arqueiro contrário, com seus petardos que saiam fumegantes dos seus pés. Inegavelmente fora uma das equipes da fase amadora do Vermelhão, que mais me impressionou naqueles anos que marcavam a metade do Século 20. Mas o que eu quero falar mesmo, é deles dois. Já estávamos nos anos 60, quando recebemos uma proposta-convite do mentor-mor daquele grupo que era Manoel Ernestino da Silva (empreguei lá atrás o verbo no plural, porque participávamos de um clube infanto-juvenil chamado Leãozinho) e Manoel Silva nos convocou para reforçar o Leão Vermelho, tal como ele gostava de se referir ao Izabelense. Todos nós tivemos enfrentar um "vestibular", que era o quadro de suplentes, denominado  de Segundo Time. Meses depois começamos a migrar para o time principal, que além de velhos e dedicados combatentes, lá estavam eles dois, em pleno vigor físico, apesar de ambos aparentarem seus respeitáveis 40 janeiros às costas, mas pareciam dispostos a não querer entregar o posto a nenhum neófito que aparecesse. Como já deu para o leitor perceber, me refiro a esse duo da muralha Izabelense, que foi Jau e Caboclo Orlando. E assim, todos os seus contemporâneos descalçaram as chuteiras e, eles lá permaneceram. Jau, que se chamava Raimundo Cosme, um mulato de 1,90 m aproximadamente, de resistência incomum, lutador e destruidor de jogadas, além de grande impulsão para cortar as bolas altas, sempre aparecia em escanteios deixando sua marca com indefensáveis cabeçadas. Hoje sua alma convive na Glória Celestial. O segundo, batizado como Orlando Santana, de menor compleição física, sereno, com uma paciência de Jó, esperava o adversário para dar o bote certo no momento certo. Por inúmeras vezes, vimos o perigo girar ante a cidadela Alvirrubra e ele aparecer do quase nada, desarmando o inimigo já prestes do tiro fatal.Orlando porém, ainda encontra-se entre nós, apesar do peso da idade e a saúde um tanto debilitada. Eram realmente dois craques, daqueles que se diz, na acepção do termo. Os enalteço também na oportunidade, não só pelo futebol brilhante que praticaram ou pela dedicação que dispensaram ao nosso glorioso Atlético Clube Izabelense, mas também por terem atuado consecutivamente com três gerações, podendo-se considerar que foram os que mais vestiram o manto Alvirrubro em todos os tempos, ou seja, dos anos 40 aos 60, com veneração e empenho à bandeira Vermelha e Branca. Enquanto que eu e vários outros colegas, nos regozijamos porque também tivemos o privilégio de atuar juntos a esses dois verdadeiros ídolos do nosso futebol. 
    Se o Izabelense tivesse preservado toda a estrutura clubística e a organização do passado, por certo teria agraciado estes exemplares atletas, com uma plaqueta de Honra ao Mérito. Mas lastimavelmente, há uma imponderável tendência de nossos heróis tornarem-se cada vez mais anônimos e esquecidos, tal qual, a tradição do nosso querido Clube.  

CHARGEDOLINO

LUZ  E  SOMBRA
Amigos,mulheres,ostentação
Negócios em profusão
Foram-se os holofotes
Cárcere,solidão, escuridão...

CHARGEDOLINO

A FILA ANDA ...

   

domingo, 12 de fevereiro de 2017

FORÇA JOVEM


      Não há sombra de dúvidas que uma sociedade evolui ou regride de acordo com o modelo político que lhe é ordenado. Nesta terra que também já se chamou São João Batista e João Coelho, talvez a mais significativa manifestação popular aconteceu na década de 60, quando os poucos mais de 15 mil habitantes se uniram exigindo a volta do topônimo (nome) primitivo (Sta. Izabel), perlenga que perdurou por cerca de 17 anos. Uma prova cabal da inexpressividade política, já na época, foi que nem mesmo o "chefe político e líder" local se interessou na defesa desta causa -o que coube ao eminente deputado Geraldo Palmeira "comprar" o imbróglio, resolvendo de vez a questão em 1961. 
   Aí portanto, apenas um pequeno indício do retrocesso que o nosso município foi vítima, com a imposição de uma política perversa, oportunista e degenerativa  - o que fez com que nosso povo permanecesse sempre dizendo "Sim Senhor" a um pseudo-líder, que após 25 anos consecutivos nos legou um município estagnado e esquecido em relação ao Estado e o País, a partir de 1950. Tal prática naturalmente, apenas beneficiava o "chefe" e seus apaniguados que não raro, conseguiam eleições sucessivas e cuja tônica era o uso do conhecido clientelismo (suposto favor ao eleitor em troca do voto), onde o principal alvo eram pessoas pouco avisadas, ou por demais necessitadas. Como consequência dessa tragédia inevitável e encomendada, tivemos a desestruturação de um município que já na década de trinta, mesmo na condição de vila, apresentava um crescimento vertiginoso, o que logo lhe favoreceu a emancipação em 1934. Com a intervenção dessa politicalha, refletiu-se um município fadado ao fracasso, registrando-se a paralisação de setores vitais como: educação, saúde, cultura, infra-estrutura e econômico - mesmo a despeito de  sua localização geográfica (35 Km da capital), possuir dois importantes escoadouros para sua produção que são: a BR-316 e o Rio Guamá e, ainda tivemos o apogeu da pimenta-do-reino ( o ouro-verde da época) -quando chegamos a um dos primeiros produtores nos anos 70. - porém éramos sempre puxados para trás em função da iniquidade da politiquice de então -sendo inegável que arrastou o nosso município à condição de menos desenvolvido na Zona Bragantina. Ainda ceifou o sonho de muitos jovens de minha geração, que privados de seus estudos, optaram por profissões mais modestas, ou tiveram que buscar em outros centros melhores perspectivas de vida. Complementando, para se ter uma ideia, somente na década de 70, tivemos a instalação da primeira agência bancária por livre iniciativa do Banco Econômico, quando o mercado já exigia há muitos anos este serviço.
  Depois de quase três décadas de retrocesso, o povo cansado e extenuado de tantas mazelas, reagia gradativamente e os próprios antes aliados, encarregaram-se de virar esta página negra de nossa história, livrando o município de tanto dissabor.
    Observe-se que esses 30 anos, foram responsáveis por uma dívida impagável que é a aniquilação de sonhos, a privação de esperanças e a súbita degeneração de um povo que hoje deveria viver em uma terra desenvolvida e progressista como qualquer cidadão almeja. 
   Nos pautando no dito popular que ensina: "Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe" , colocamos um termo em nossa despretensiosa prosa  -pois passado todos esses sacrificados anos, temos que acreditar na nossa juventude, que felizmente não viveu o sinete repressivo do atraso e hoje, com mais chances de sonhar, poderá com conhecimento, esta luz da sabedoria, além de sua força jovial, apagar de vez esse ranço da política de outrora, que infelizmente, ainda insiste e reluta em permanecer entre nós -trazendo esperanças e melhores dias para os izabelenses.
     Avante, jovens! Nada nos superará se realmente nos espelharmos no dístico do nosso magnífico brasão : "União e Labor". 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

MORRE UM GUERREIRO ALVIRRUBRO


      Os Sócios Beneméritos do Atlético Clube Izabelense sentem-se no dever de participar o falecimento de Kenzol Yketani, ocorrido na última quinta-feira  (02) em nossa cidade, vítima de problemas cardíacos, aos 85 anos. 
     Além de pai e avô exemplar, ele granjeou inúmeros amigos, tendo sido em sua juventude  um dos grandes atletas do Alvirrubro de nossa cidade.
    Nossas profundas condolências à família e que a alma deste companheiro que parte, esteja sempre junto ao Criador.