sexta-feira, 28 de abril de 2017

O VELHO CIRCO


     Creio que pelo menos um em cada três brasileiros já assistiu a um espetáculo de circo. Tenho certeza que estou nesse rol da pequena população izabelense, por volta dos anos 50. Nossa turma que normalmente jogava peladas nos quintais ou terrenos livres, éramos em torno de oito e como a cidade tinha umas dez ruas, logo se sabia dos acontecimentos recentes ou corriqueiros. De vez em quando, alguém descobria algo e vez por outra, era um circo que estava na cidade e já armava suas grandes lonas, ali onde está hoje a Praça do Expedicionário. Aí a alegria era incontida e para lá corríamos, verificando tudo de perto, com curiosidade. Eram companhias de pequeno e médio porte, uns mais luxuosos e outros nem tanto, sendo estes últimos alcunhados de "tomara que chova", pois não possuíam cobertura. Pela parte da tarde, íamos logo saber a que horas o palhaço iria para as ruas anunciando o espetáculo e a disputa era grande por uma vaga, para acompanharmos, gritando "Hoje tem espetáculo?", que valia um ingresso no famigerado poleiro (arquibancada interna em madeira). Outros meninos que não eram selecionados para a propaganda "oficial", tentavam burlar o vigilante, passando por baixo da lona e não raras vezes eram pilhados. Nossa turma ficava geralmente agrupada em um canto esperando o início do espetáculo, às 20 horas pontualmente. Como as opções de divertimentos em nossa cidade eram bem raras, as famílias sempre frequentavam e dependendo da importância do cartaz, sempre lotavam até as cadeiras cativas. Eram momentos inimagináveis que passávamos, com as estripulias dos palhaços, o suspense dos trapezistas e malabaristas, os truques dos mágicos, as lindas bailarinas, as peças teatrais, onde alguns apresentavam até macacos chimpanzés -que completavam as emocionantes noitadas circenses de nossa época. 
     Talvez um dos circos que mais marcou a população, do qual não lembro o nome, porém tinha um palhaço que era realmente impagável, assim como era também um excelente ator, chamado Zé Gaiola. Lembro-me em uma certa despedida de temporada deste circo, todo o elenco resolveu com surpresa homenagear nossa cidade, cantando no fim do espetáculo uma canção que começava assim:

                                  "Santa Izabel és uma Princesa
                                   Que tens beleza natural
                                   És bela és hospitaleira
                                   E a ti não tem nada igual..."

      Lembro-me também que era uma noite de domingo, e no dia seguinte, ouvia-se os comentários, relembrando já com saudades, de mais um circo que partia.E que como muitos outros, ia cumprir sua história de eterno viajante, por esse Brasil afora, caminhando e alegrando jovens como na minha infância, aos adultos e aos mais idosos. Afinal, o circo é alegria, ele nasceu para todas as idades.   
           
           

quarta-feira, 26 de abril de 2017

LAVA JATO NELES


         A operação Lava Jato que teve início em 2009, sua maior atuação foi à partir de 2014, quando descobriu em seu curso, um dos maiores esquemas de corrupção dentro da estatal Petrobrás envolvendo: empreiteiros da construção civil, executivos dessa empresa, políticos, doleiros, marqueteiros e fazendeiro. O rombo segundo a imprensa, já alcança a casa de alguns bilhões de reais e as investigações coordenadas pelo juiz Sérgio Moro encontram-se em constante ação. Momentaneamente a Lava Jato, tem ouvido alguns reclusos em delações premiadas, onde tem sido citados inúmeros outros figurões da classe politica. Muitos dos denunciados se julgam inocentes, alegando recebimento legal de recursos, outros exigem provas materiais -além de estar  tramitando no senado a lei de Abuso de Autoridade, sendo difícil se prever sua eficácia.
     Se existiu roubo, existem culpados. A impunidade envergonha a nação e sacrifica mais ainda os menos favorecidos. 
        
      

segunda-feira, 24 de abril de 2017

TÓPICOS DE STA. IZABEL DO PARÁ

                                                                     
Núcleos Colonias (em laranja)

                                                                       II
     Em 1873 o presidente da Província do Grão-Pará, Domingos José da Cunha Junior, ordenou que fosse demarcada uma área distante 32 km de Belém,(onde é hoje Benevides), para a implantação de um núcleo colonial, dando início a ocupação de toda a região nordeste da província. Coube então ao empreiteiro de serviços, Cap. Valentim José Ferreira, que já trabalhara na alargação do Caminho de Bragança, a tal incumbência e no mesmo ano chegou a locar 170 lotes, chegando às proximidades da 4ª Travessa ( ou Uruburetama, (hoje limite entre Sta. Izabel e Benevides). Por questões estratégicas,Valentim que trouxera sua companheira Izabel, escolheu a 6ª Travessa ou Aratanha, para residir, sendo inclusive um ponto de fácil acesso para escoamento da produção, através dos rios e igarapés. Ali logo se formou um povoado, depois vila e hoje é a sede do município de Sta. Izabel do Pará. Vale salientar que a referida travessa (Aratanha), tinha seu início no antigo Varadouro dos Tupinambás, sendo hoje a nossa Rua Matta Bacelar, e que antes fora a Rua do Cemitério. Em seguida o governo ordenou que fosse demarcada a 8ª e última travessa ,Mucuripe (hoje João Novo) formando o Núcleo Colonial Sta .Izabel. Em 1937 o município possuía sete distritos, atualmente conta com apenas três: a Sede, Caraparu e Americano (que foi formado pelos núcleos colonias Ferreira Pena e Araripe). 
    

domingo, 23 de abril de 2017

CRESCIMENTO DESEJÁVEL


     Acredita-se que a maioria das pessoas mais experientes sabem que o nosso município ainda se enquadra infelizmente, entre os de menor rentabilidade na Região Metropolitana de Belém, tendo em vista a desproporção entre o seu desenvolvimento econômico que não foi compatível com o seu crescimento populacional, hoje em torno de 70 mil habitantes. Um dos carros-chefes de qualquer economia é o setor industrial, onde contamos com apenas duas fábricas de médio porte, seguindo-se da agricultura, (onde contempla também a agroindústria) a pecuária, em pequena escala, a fruticultura, que formam a base da cadeia produtiva -juntos, ainda não são capazes de dar suporte suficiente de renda necessária ao tamanho atual de nossa demografia. É verdade que atravessamos décadas e décadas sem que as gestões atentassem para o fato, quando até mesmo deixou-se escapar grandes empreendimentos que pretendiam aqui se instalar, numa expressiva falta de zelo e habilidade em gerir a coisa pública  -perdendo-se assim a oportunidade de reforçar nossa produtividade e partir para novos horizontes, o que infelizmente não aconteceu. Logo, enquanto continuamos com a produtividade de 50 anos atrás, nossa população crescia de forma progressiva e com ela a expansão da cidade e do município como um todo, que passou a demandar mais energia, água potável, estrutura urbana, geração de emprego, postos de saúde, escolas e organização no trânsito, estradas pontes etc...etc. Nas últimas três décadas, não se conheceu uma administração, que tenha trabalhado com superávit financeiro e nem realizado a contento todo as obras e pendências municipais, quando não raras vezes, vêm se acumulando gradativamente, de forma preocupante e a cada período são repassadas às gestões subsequentes. Hoje se tem o resultado prático de muitos anos atrás, onde não se repensou o município no sentido de aumentar sua produção, que por certo lhe daria uma folga de caixa e consequentemente condições de mais investir - porém muitos optaram por administrá-lo apenas com os repasses do governo, que como se sabe, são precários e insuficientes. 
    Urge portanto um posicionamento entre os poderes constituídos, no sentido de elaborar um plano avançado de crescimento, com o propósito de atrair grandes e novas parcerias empreendedoras, baseando-se nas fontes de produção que possuímos -quando se sabe que o modelo passado, onde se praticou uma política orientada apenas para dentro, foi responsável pelo marcar passo e o pouco crescimento deste município por longos anos. 
     Afora isto, torna-se difícil acreditar-se em transformações ou mudanças urgentes e
substanciais, se não construirmos hoje, uma base sólida e bem alicerçada para termos certeza no desenvolvimento de amanhã.    

sábado, 22 de abril de 2017

QUEM TEM MEDO DA LAVA JATO ?


      É verdade que não é nenhum convite para ir ao parque de diversões, muito menos para o estádio de futebol. Porém um dos ex-homens fortes do PT, Antônio Palocci, lá esteve, elogiou o trabalho do juiz Sérgio Moro e ainda se colocou à disposição pra voltar a qualquer hora, trazendo mais trabalho para pelo menos um ano ao magistrado...
   -Simples assim.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

FRANGÃO AINDA LEMBRADO


        O jornal Diário do Pará em sua edição de ontem (quinta-feira, 20/04/2017) no caderno Bola, fez um teste com seus leitores com dez perguntas, entre falsas e verdadeiras. Justamente a décima assim se referia: "Sport Belém e Izabelense já participaram dos Brasileiros da 2ª e 3ª Divisão". A resposta é verdadeira, pois o clube da capital disputou a Série B em 1971 e o nosso Frangão esteve presente na Série C, em 1981 e 2002.
   -Restando-nos agora, apenas saudades!.. 

quinta-feira, 20 de abril de 2017

A USINA DA COPA


      Acho que toda a turma da minha época deve se lembrar muito bem da velha e utilíssima usina elétrica. Eu particularmente devo guardar mais detalhes pois minha família residiu por longos anos, bem em frente, à cerca de 100 m, na então Av. Augusto Olímpio, hoje a Av. Pedro Constantino. Quando comecei me entender na vida, ali pelos anos 50, me acostumei com todo aquele ritual que começava por volta das 15 e encerrava religiosamente às 22 horas. O prédio que possuía um amplo salão de aproximadamente uns 150 m2, abrigava: a imensa caldeira, acoplada na parte posterior um sistema elétrico (gerador), além de outra engrenagem chamada "burrinho" que bombeava água do igarapé que passava aos fundos e arrefecia a grande fornalha. Dentro do terreno, uma imensa quantidade de lenha, que era conduzida através de um pequeno trole sobre trilhos, até a boca da caldeira, para a devida incineração, que após produzir um alto grau de calor e vaporização, movimentava todo aquele engenho . Às 18 horas saía da chaminé o primeiro longo apito anunciando a chegada da energia, para as poucas casas de uma cidade ainda modesta, que possuía aproximadamente duas mil pessoas. Os funcionários ou foguistas, eram o Sr. José e Claudio que se revesavam no dia a dia, além dos senhores Pedro Vidal e Assis Miranda que eram o chefe e o eletricista respectivamente. Durante o verão convivia-se com uma boa qualidade de iluminação, ao passo que no inverno tinha-se significativa queda energética face a umidade na lenha. Foram anos que convivi com a velha usina e o ritual de ver ligar a luz às 18 horas e fechar religiosamente às 22 horas, após o seu terceiro e último apito de aviso. A partir daquele horário ainda ouvia-se por alguns minutos um martelar seco das máquinas e depois o mergulhar profundo da cidade na negra escuridão , além de um silêncio sepulcral, que era quebrado vez por outra com o silvo de apito do Chico Matias, zeloso vigilante do Mercado Municipal. Porém na época invernosa, após o barulho da usina, ouvia-se apenas e insistentemente a "sinfonia" monótona de uma ou outra rã, à beira dos "lagos" das ruas ainda de chão batido. Não conheci ninguém da turma que não se alegrasse com a chegada da luz ao final da tarde, pois era o momento que íamos para praça ou correr na calçada do grande Mercadão, brincando de "pira se esconde". Enquanto os mais velhos ficavam em casa de portas e janelas abertas, sem a temeridade de serem agredidos ou assaltados. Outros escutavam pelo rádio, a novela-sucesso "O Direito de Nascer", pois a televisão ainda não existia no Brasil. Em nossa casa, como tínhamos um aparelho de som, amigos chegavam para ouvir músicas ou mesmo para dançar, sempre obedecendo o horário improrrogável da velha usina.
     Chegávamos em 1958 e o país contava os dias para chegar o mês de junho e respirava, sonhando com a Copa do Mundo que se realizaria na Suécia. Nossa maior decepção foi quando soubemos que os jogos seriam irradiados a partir das 13 horas. Porém exultamos quando um grande número de pessoas se reuniu e foi até ao prefeito municipal Sr. Francisco Nascimento, (mais conhecido como Camisinha) solicitar o funcionamento da velha usina em horário extra, ao que foram gentilmente atendidos. Só assim pudemos ouvir através das ondas do rádio, todas as emoções daquela inesquecível Copa em que o Brasil se tornou pela primeira vez Campeão do Mundo. Minha turma tinha em média 15 anos, e na última partida todos torcemos para que a energia fosse até de manhã, para comentarmos e revibrarmos os 2 gols de Pelé, 2 de Vavá e um de Zagalo, um verdadeiro passeio nos gringos, dentro do seu terreno numa emocionante e histórica conquista que somente foi possível vivenciar o momento, através da nossa velha usina, a Usina da Copa.
     A modernidade nos trouxe a energia diuturna e aposentaram a nossa usina elétrica e hoje em seu lugar está uma feira e sua ultrapassada e desengonçada caldeira,deve ter sido vendida para o ferro-velho. Mas ela nos fez passar um dos melhores momentos no futebol, nos deu a oportunidade de bradar aos quatro ventos: Brasil Campeão do Mundo! -pela primeira vez. Logo jamais existirá uma outra igual que tenha sido tão útil para os nossos pouco mais de 2000 desportistas da época .

quarta-feira, 19 de abril de 2017

JUSTIÇA SEJA FEITA


      Acredita-se que qualquer pessoa de bom senso sabe que a Democracia tem na   Justiça um de seus pilares básicos. Apesar de alguns assegurarem que a corrupção no Brasil já existe desde o seu descobrimento, porém a Justiça sempre se fez presente na figura de Rui Barbosa e tantos outros mestres nessa nobre área do saber. Nos últimos 30 anos a Nação tem atravessado períodos nebulosos notadamente no âmbito político, onde verificou-se episódios alarmantes e nossa Justiça através de seus tribunais desdobrou-se no sentido de julgar e trazer garantias às instituições, com isenção e sabedoria. 
    Como exemplo, em 1990 o país entrava em efervescência com o rumoroso caso do ex-presidente Collor de Melo, que após uma campanha arrebatadora e a fama de Caçador de Marajás, que lhe rendeu votos suficientes para chegar ao poder , fora justamente através dos meios de comunicação, que seu irmão o denunciou por possíveis transações fraudulentas, quando foi também arrolado seu tesoureiro de campanha, conhecido como PC Farias. Collor depois de investigado e processado seria julgado pelo Congresso porém preferiu a renúncia ao inevitável impeachment. Em 2005, no primeiro mandato de Lula, a área política voltava às manchetes da mídia, quando o polêmico deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), denunciava um novo esquema de corrupção, onde 39 parlamentares foram acusado de supostamente receber uma mesada,  para votar os projetos do governo petista. O caso ficou conhecido como Mensalão, onde foram também denunciados e presos como mentores, o Chefe do Gabinete Civil, José Dirceu e o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, dentre outros. O presidente fora inocentado, alegando não saber de nada. Ainda no mesmo ano, em outubro, novo caso com as mesmas características do Mensalão desta vez envolvendo a empresa dos Correios, com o propinoduto em funcionamento. Em 2006 , a Procuradoria Geral da República apresentava ao STF novas denúncias de fraudes, cujo relator Joaquim Barbosa referia-se a várias irregularidades no seio da Petrobras, envolvendo vários políticos e as principais empresas do ramo da construção civil. Fora instalada a operação Lava Jato e o caso como se sabe, ainda encontra-se em fase de apuração porém já foram efetuadas várias prisões reunindo altos empresários e vários políticos. De acordo com as denúncias, as empreiteiras supostamente superfaturavam obras e dividiam aos políticos, para reforço de campanha ou compra de votos.  A Justiça dada a complexidade do caso tem se valido das delações premiadas, onde os reclusos podem expor suas denúncias de forma espontânea, podendo ter em troca, suas penas abrandadas. Muitos dos políticos citados nas delações, têm negado peremptoriamente participação, alegando falta de provas ou afirmando que foram doações legais e declaradas. 
      Recentemente em 20016, a Justiça tinha nova incumbência: a de apurar denúncias contra a ex-presidente Dilma, que segundo os delatores ela teria efetuado empréstimos em bancos estatais, para suprir falta de caixa em seu governo, isto sem autorização do Congresso. O caso foi considerado crime de responsabilidade fiscal na Cãmara e no Senado, culminando com o impeachement da ex-presidente. 
     Neste momento o Judiciário tem se esmerado bastante no sentido de buscar a verdade, punindo ou inocentando todos os acusados, num esforço hercúleo para mostrar seu trabalho à sociedade, correndo contra o tempo, o número exíguo de agentes, e alguns de seus juízes sob tensão. Mesmo assim tem sido alvo de críticas exacerbadas de alguns, que por motivos partidários ou ideológicos não concordam com a prisão de seus líderes.  A Operação Lava Jato é mais um exemplo, onde a precaução e a meticulosidade devem ser seu norte, para que não se venha cometer erros crassos e assim efetuar um trabalho com vistas a punir quem de fato cometeu crimes e que pretende se ver na impunidade, ou inocentar aqueles que merecem realmente absolvição.      
    Impossível portanto se imaginar, alguém que se oponha a uma ação dessa envergadura, pois a cada real roubado representa, menos saúde, menos educação e mais dificuldades principalmente para os menos favorecidos, que representam a maior parte da população brasileira.        

sábado, 15 de abril de 2017

SÓ M E S M O C A D E I A


      Para alguns, um País das Maravilhas: onde roubam, desviam, lavam ou remetem a paraísos fiscais, o suado dinheirinho do povo, privando-lhe assim, de uma vida mais digna e honrada . Para escaparem da Lei, tentam em ridículas listas empresariais se esconder com caricatos apelidos, afinal para eles, os meios justificam os fins. 
    Uma vez flagrados, ainda respondem com a maior desfaçatez e cara-de-pau: Onde estão as provas ?

sexta-feira, 14 de abril de 2017

INCÔMODO LISTÃO


      Após a divulgação da lista do ministro do STF, Edson Fachin, relator da Lava Jato, na última terça-feira (11), causou um intenso alvoroço nos araiais políticos, principalmente na Capital Federal. Conforme verificado, a relação trouxe nada mais nada menos que 108 cidadãos, dentre os quais 9 ministros, 42 deputados, 29 senadores, 1 ministro do TCU e 24 outras pessoas. Como se sabe todos serão convidados a prestar esclarecimentos sobre possíveis doações irregulares, recebidas da mega-empreiteira Odebrecht, para reforço de suas respectivas campanhas.
  O que vai acontecer daqui pra frente é inimaginável, porém que tem muito peixe grande nesta relação, isto é vero e inegável. Dizem as más línguas, que tem tirado o sono de muitos, a possibilidade de um próximo listão.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

COMO PAGAR ?



      Em nossa cidade de vez em quando nos deparamos com fatos inusitados, senão, estranhos. Apesar de estarmos acostumados em ver muita gente reclamando da falta de água em seus bairros, agora nos surge um fato novo: o pessoal está se ressentindo exatamente de locais para quitar o famigerado boleto desse precioso líquido. Consta que nos bancos não se paga, duas lotéricas que recebiam fecharam, restando dois estabelecimentos que "heroicamente", ainda recolhem a tal conta. Dá pra imaginar a quantidade de usuários somente na cidade, que pretendem pagar ao mesmo tempo
(principalmente aos finais de mês) este boleto? Resultado: formam-se imensas filas nos locais, obrigando o cidadão a enfrentar o causticante sol ou verdadeiros temporais, além de levar horas e horas em pé, esperando ser atendido.
    -Afinal, algo tem que ser feito. Visto que, o contribuinte merece mais atenção e o devido respeito.

terça-feira, 11 de abril de 2017

LAMENTÁVEL SALA DE VISITAS


      Acredita-se que a cada gestão que entra, renovam-se as esperanças em vermos a frente de nossa cidade com uma melhor aparência, digna portanto de seus 83 anos de existência. Há cerca de 20 anos atrás o único melhoramento ali implantado fora a passarela, que após abandonada por algum tempo, hoje encontra-se recuperada pelo órgão responsável, o Denit, estando (até o momento) bem limpa e com luminárias. Poucos porém a utilizam, talvez por ter que ultrapassar suas oito longas rampas, porém se avaliarmos bem a segurança que ela nos proporciona, seria mais prudente usá-la.
    Tempos atrás falou-se no interesse do Grupo Y. Yamada em construir ali uma moderna loja, porém não se sabe por quais cargas d'águas o plano morrera no nascedouro. Com a não utilização dos governos, o local hoje vem sendo gradativamente tomado por pequenas barracas e bancas, onde algumas pessoas aproveitam para tirar seus sustentos e por certo, será um obstáculo para qualquer gestão retirá-los do local. Mesmo assim, ainda se vê empresas de porte, com seus luxuosos ônibus ali fazerem parada, em acanhados locais de venda de passagem, agregadas às outras toscas barracas. Há quem diga que anos atrás, duas administrações receberam verba para a edificação de um terminal rodoviário às proximidades, porém até hoje ninguém sabe ninguém viu aonde foi parar o tal numerário. Mesmo assim, torna-se menos mal, pois há notícias de que um empresário local vem reformando uns prédios que demandam por trás da grande ponte para pedestres, onde ali serão instalados vários pontos comerciais.
     De outra forma é lamentável a situação que perdura num local
que poderia ser mais um dos mais bem cuidados de nossa cidade, por tratar-se de uma avenida encravada em uma Rodovia Federal, por onde passam viajantes de vários outros estados, entre os quais inúmeros turistas, que por certo não devem levar boa impressão do nosso município, quando se sabe que o turismo é hoje uma inesgotável fonte de renda para qualquer região.
     Vamos torcer portanto, para que esta considerada "sala de visitas" da cidade, esteja nos planos da atual administração, que nascera com o propósito de mudanças, bem como, para satisfação de todos nós izabelenses.   

sábado, 8 de abril de 2017

TODOS SOBRESSALTADOS




     Não se pode ignorar que a violência tem crescido assustadoramente no território nacional. Infelizmente surge à vista de todos nós, no dia a dia, fatos e imagens captados através da grande mídia, oriundas dos mais diversos pontos do país, com cenas que chocam e assustam, dando ao cidadão a sensação de insegurança e receio, quer o local onde  esteja ou vá. Apesar dos órgãos responsáveis pela ordem envidarem todos os esforços no sentido de reprimir este estado de coisas, o crime, agora dito organizado, tem a audácia de enfrentar a lei, com formas e táticas diversas, além de armamentos pesados em suas audaciosas ações. O crime não tem limites, aonde se verifica que vai além do furto de uma simples joia, um celular, ao roubo de motos, carros de passeio, assaltos em ônibus, carretas transportadoras, em carro de valores, estouro de caixas-eletrônicos, em residências etc...etc. Também outro rastro da brutalidade aparecem nos estádios de futebol, onde desordeiros travestidos de torcedores, promovem o terror e a barbárie, quase sempre com saldos tristes de assassinatos. Em muitas praias do Sul, onde o cidadão escolhe seu dia para o lazer, não raras vezes, são atacados por vândalos que formam verdadeiras quadrilhas e praticam o chamado "arrastão", onde além dos saques, espancam ou matam pessoas de bem, que por ventura se contraponham a estes atos. 
     Particularmente Belém e o nosso município, infelizmente entram nessas apavorantes estatísticas, quando vemos quase todos os dias, notícias de roubos e furtos, além de: espancamentos, execuções sumárias  -quando se sabe que muitas dessas práticas animalescas, têm ligação estrita com o narcotráfico, provocando um derramamento de sangue contínuo e mostrando insistentemente e brutalmente a face do terror, em cada rua, esquina, praça ou bairro. Particularmente em Sta. Izabel para nossa consternação e desassossego, ainda temos bem às proximidades, um aglomerado de presídios que nos foi "presenteado" pela inépcia da velha política e hoje concorre mais ainda para a inquietação geral, ao verificarmos atos de crueldade e cenas sanguinárias a cada motim, rebelião ou costumeiras fugas de detentos.   
    Como se pode constatar, todos vivemos sobressaltados, pairando na mente de cada um a amarga sensação de insegurança, e a desconfiança de sermos de uma hora para outra abordados por algum facínora ou grupo de malfeitores. Porém o que nos resta fazer de mais concreto é rezar a Deus, para que nos livre de todos esses males. Amém.       

quinta-feira, 6 de abril de 2017

O QUE FIZERAM DO REAL ?


      Faz 23 anos  que o Plano Real era lançado no Brasil após uma renhida batalha contra radicais oposicionistas, à frente o ex-presidente Lula, que mais tarde fora favorecido em seus dois mandatos,num momento em que o programa colhia os frutos de sua aplicação. Todos sabemos que mesmo os governos militares e seus renomados economistas, não conseguiram a proeza de executar um projeto que viesse combater definitivamente a inflação, aumentar o poder aquisitivo das famílias, modernizar o parque industrial e fomentar o crescimento econômico brasileiro. Coube ao grande presidente Itamar Franco, que ao assumir após o "impeachment" de Collor, convocar uma respeitável equipe à frente os economistas André Lara Resende, Pérsio Arida e Francisco Lopes, que com muito trabalho e inegável competência deram a nós brasileiros, pelos menos alguns anos, onde com 50 reais se conseguia realizar todas as compras do mês,  -levando assim o país a  merecer credibilidade junto as grandes potências mundiais. Em menos de cinco anos o Brasil saía de um atoleiro de décadas e décadas e com isto, milhões e milhões de pessoas principalmente as de menor renda, passavam a sentir dias melhores e esperanças em um melhor futuro. 
    Infelizmente nossa felicidade fora breve e ao chegarmos aos anos 2000, tudo se modificara, apenas via-se aquilo que fora conquistado, esvaindo-se pelo ralo e os governos petistas, eufóricos com tanto dinheiro, aproveitavam para auto-promoverem-se sem no entanto ter mérito algum naquele equilíbrio financeiro e na recuperação econômica que reanimou o país em todos os sentidos. A dinheirama era tão grande que logo apareceram os Mensalões, os Petrolões, financiamentos de obras até para o exterior, estádios reconstruídos e construídos para a Copa do Mundo, além dos exorbitantes gastos com os Jogos Olímpicos e aí a verba e a economia que fora religiosamente controlada no Plano Real, chegava ao fim. 
    Tudo isso num espaço de 12 anos, agora o mais difícil é achar os culpados dessa descompustura toda e desregramento da ordem financeira, onde sensivelmente voltamos a mesma situação anterior ao Plano Real: indústrias e comércios fechando, desemprego em massa, alto custo de vida, baixos salários, precaridade em todos os serviços públicos e corrupção desmedida grassando na esfera política.
     Itamar, lá onde estiver, deve estar confabulando consigo mesmo: Tudo o que fiz, eles conseguiram tornar Irreal.
   

TÓPICOS DE STA. IZABEL DO PARÁ

Mapa esquemático 


                                                                           I
      A história de Sta. Izabel do Pará está intimamente ligada ao Varadouro dos Índios Tupinambás (que também se chamou Caminho de Bragança ou Estrada do Maranhão),bem como, à implantação do Núcleo Colonial Nossa Senhora de Benevides em 1873. O citado varadouro partia do Igarapé Aurá (próximo de Belém) e servia de comunicação entre os Tupinambás e inúmeras outras tribos, passando pela hoje cidade de Alcântara no Maranhão, chegando às proximidades da capital São Luis. Quanto à Colônia, ela foi fruto de uma lei da Assembleia Legislativa do Pará em 1853, que tinha como propósito principal introduzir imigrantes na ainda desabitada Região Bragantina,tomando como base o citado varadouro. 
        
   

terça-feira, 4 de abril de 2017

MINHA ESCOLA


     O ano era 1951, eu com sete anos de idade, tendo iniciado as primeiras letras em casa, com minha irmã maior, não via a hora para chegar março e ingressar no meu querido Grupo Escolar "Sílvio Nascimento". Numa determinada manhã lá estou eu com meu garboso uniforme amarelo-ocre,(ainda era calça curta), meias e sapatos pretos e no peito em azul-escuro as maiúsculas: IP, que significava Instrução Pública, além de uma pequena pasta que continha a Carta do ABC, caderno, lápis, apontador e borracha. Difícil descrever minha emoção ao assomar pela primeira vez as escadarias daquele majestoso prédio, agora na condição de aluno. Naquele dia lembro da primeira professora, chamava-se Edite e aparentava uns 40 anos de idade. Ao chegar cumprimentou-nos e logo solicitou que todos sentassem, lendo em seguida a lista de frequência, dos cerca de 30 alunos. Com o passar dos dias foi que percebi o quanto aquela senhora era meiga e dedicada e com uma enorme paciência, nos acompanhou até o final do ano nos ensinando as primeiras letras e os algarismo. Também sua imagem me ficou gravada, quando ao encerrar o período letivo me agraciou como o primeiro da classe e recomendou à direção que eu fosse promovido ao Primeiro Ano Adiantado,  onde o aluno já passava a ler textos. Em 1952, novos colegas e nossa professora chamava-se Crisolete, uma moça de seus 25 anos. Bastante atenciosa e cuidadosa com seus alunos e dedicada em seus ensinamentos. Em 1953 estava eu na Segunda Série, onde encontrei outro anjo de bondade na pessoa da professora Lindalva (Lulu) Ferreira. Muito paciente e carinhosa com a turma, até o final daquele ano letivo. Outra que generosamente me agraciou como o primeiro da classe. Já na Terceira Série, tive a honra de estudar com a professora Laura Ferreira (irmã de Lindalva). Era mais exigente porém, muito competente e determinada em suas aulas. Nesta série a tabuada fazia a gente suar frio, porque ainda era a época da palmatória. No ano seguinte (1954), agora na Quarta Série, estudei com mais de um professor durante o ano, e não lembro quais. Em 1955 ia cursar a Quinta e última série e também tive dois mestres, cujos nomes também me fugiram da memória. Porém dos colegas lembro de alguns, como: Antonio Romão de Assis, Ana Maria Moraes, Ivan e Isis Bitencourt, João Soares, Elizete Amaral, José Ferreira, dentre muitos outros, que ainda estão aí por essa alongada vida. 
    Como não lembrar dos nossos digníssimos mestres que com muita dedicação orientaram a tantos abrindo-lhes as portas para que seguissem várias profissões.
    Como não lembrar também do 7 de Setembro, os ensaios nas ruas empoeiradas de então e o garboso  desfile que encerrava Praça da Bandeira (antiga). Não daria para esquecer  as horas do recreio, a pelada no quintal, as briguinhas da garotada, as pedras atiradas nas mangueiras, o venerando Sr. Lourenço e D. Maricota, (saudosos inspetores) a reparar a turma, o velho porão, o "castigo" na diretoria, as pipocas, broas, beijos-de-moça direto do forno do Sr. Romão (bem ao lado).
    Hoje mais de 60 anos depois que deixamos seus bancos, sentimos emoção e a alegria incontida ao passar por essa escola e vê-la ainda impávida e majestosa, com os mesmos traços arquitetônicos do passado, ela chegou aos 112 janeiros. Porém nossa maior alegria é saber que além de ser dos maiores patrimônios culturais dos izabelenses, ela faz parte da Rota Turística do Estado do Pará. 
     Vida longa ao nosso "Sílvio Nascimento"! 
      

domingo, 2 de abril de 2017

A FACILIDADE E A REALIDADE


      Infelizmente ainda existem muitos cidadãos que decidem ingressar na carreira política, assim, sem mais nem menos, ou de uma hora para outra, -mesmo sem o menor resquício de conhecimento do que é um cargo público, ou ainda do intrincado problema que pode encontrar pela frente. Quando a grana é farta, anima mais ainda o futuro candidato, do qual se acercam logo inúmeros correligionários, conhecidos ou não, é o que menos  importa. O que o cidadão aprende logo e rápido, é o discurso da facilidade em resolver todos os problemas da comunidade, como num passe de mágica. Tudo no firme propósito de neutralizar o adversário logo no primeiro "round", subestimando-o ao nível da incompetência ou até do ridículo. Uma vez eleito e após a ressaca da vitória, começa a pesar-lhe nos ombros diversas reivindicações que o eleitor se vê na contingência e na obrigação de cobrá-las, principalmente se o então candidato exagerou na dose de promessas e compromissos muita das vezes até impossíveis de cumpri-los. Ao que se verifica, é que na atual conjuntura, tanto faz ser um município de grande porte, como aquele menos desenvolvido, todos sofrem do mesmo mal: a falta de caixa para fazer frente as inúmeras demandas que se acumularam ao longo de décadas e décadas. É possível ainda que hajam maiores dificuldades para aqueles que durante anos não deram prioridade a programas exclusivos que viessem ao amparo de seus desenvolvimentos -onde a maioria lida com orçamentos exíguos e arrochados, sem nada sobrar para novos investimentos, onde quase sempre a máquina administrativa leva a maior parte da arrecadação. Nesta altura da competição é que sobram problemas de todas as ordens, cumulativos de várias gestões e o noviço administrador tem o primeiro grande susto. Do outro lado, na galera, está o povão já se mostrando impaciente engrossa o coro, no sentido de ver: seu bairro e ruas pavimentados com "bloquetes", postos médicos, UPA, escolas, transportes, segurança,coleta regular de lixo, igarapés e rios sem risco de contaminação,distribuição de água regularizada, enfim tudo que foi apalavrado nas festivas campanhas e garantido com suposta facilidade e brevidade. Ele, o povo, quer tudo naturalmente materializado com a maior urgência, no mesmo grau de rapidez que lhe foi prometido. Aí é que o gestor que só via facilidades para administrar, começa a sentir de fato as dificuldades e ter uma melhor noção da realidade e, o jeito é mudar o discurso, ou tentar outra fórmula para acalmar os ânimos dos seus já ressabiados eleitores.
    Talvez o mais difícil nessa epopeia toda, seja encontrar uma nova fórmula que inspire realmente certeza e confiança.