quarta-feira, 19 de abril de 2017

JUSTIÇA SEJA FEITA


      Acredita-se que qualquer pessoa de bom senso sabe que a Democracia tem na   Justiça um de seus pilares básicos. Apesar de alguns assegurarem que a corrupção no Brasil já existe desde o seu descobrimento, porém a Justiça sempre se fez presente na figura de Rui Barbosa e tantos outros mestres nessa nobre área do saber. Nos últimos 30 anos a Nação tem atravessado períodos nebulosos notadamente no âmbito político, onde verificou-se episódios alarmantes e nossa Justiça através de seus tribunais desdobrou-se no sentido de julgar e trazer garantias às instituições, com isenção e sabedoria. 
    Como exemplo, em 1990 o país entrava em efervescência com o rumoroso caso do ex-presidente Collor de Melo, que após uma campanha arrebatadora e a fama de Caçador de Marajás, que lhe rendeu votos suficientes para chegar ao poder , fora justamente através dos meios de comunicação, que seu irmão o denunciou por possíveis transações fraudulentas, quando foi também arrolado seu tesoureiro de campanha, conhecido como PC Farias. Collor depois de investigado e processado seria julgado pelo Congresso porém preferiu a renúncia ao inevitável impeachment. Em 2005, no primeiro mandato de Lula, a área política voltava às manchetes da mídia, quando o polêmico deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), denunciava um novo esquema de corrupção, onde 39 parlamentares foram acusado de supostamente receber uma mesada,  para votar os projetos do governo petista. O caso ficou conhecido como Mensalão, onde foram também denunciados e presos como mentores, o Chefe do Gabinete Civil, José Dirceu e o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, dentre outros. O presidente fora inocentado, alegando não saber de nada. Ainda no mesmo ano, em outubro, novo caso com as mesmas características do Mensalão desta vez envolvendo a empresa dos Correios, com o propinoduto em funcionamento. Em 2006 , a Procuradoria Geral da República apresentava ao STF novas denúncias de fraudes, cujo relator Joaquim Barbosa referia-se a várias irregularidades no seio da Petrobras, envolvendo vários políticos e as principais empresas do ramo da construção civil. Fora instalada a operação Lava Jato e o caso como se sabe, ainda encontra-se em fase de apuração porém já foram efetuadas várias prisões reunindo altos empresários e vários políticos. De acordo com as denúncias, as empreiteiras supostamente superfaturavam obras e dividiam aos políticos, para reforço de campanha ou compra de votos.  A Justiça dada a complexidade do caso tem se valido das delações premiadas, onde os reclusos podem expor suas denúncias de forma espontânea, podendo ter em troca, suas penas abrandadas. Muitos dos políticos citados nas delações, têm negado peremptoriamente participação, alegando falta de provas ou afirmando que foram doações legais e declaradas. 
      Recentemente em 20016, a Justiça tinha nova incumbência: a de apurar denúncias contra a ex-presidente Dilma, que segundo os delatores ela teria efetuado empréstimos em bancos estatais, para suprir falta de caixa em seu governo, isto sem autorização do Congresso. O caso foi considerado crime de responsabilidade fiscal na Cãmara e no Senado, culminando com o impeachement da ex-presidente. 
     Neste momento o Judiciário tem se esmerado bastante no sentido de buscar a verdade, punindo ou inocentando todos os acusados, num esforço hercúleo para mostrar seu trabalho à sociedade, correndo contra o tempo, o número exíguo de agentes, e alguns de seus juízes sob tensão. Mesmo assim tem sido alvo de críticas exacerbadas de alguns, que por motivos partidários ou ideológicos não concordam com a prisão de seus líderes.  A Operação Lava Jato é mais um exemplo, onde a precaução e a meticulosidade devem ser seu norte, para que não se venha cometer erros crassos e assim efetuar um trabalho com vistas a punir quem de fato cometeu crimes e que pretende se ver na impunidade, ou inocentar aqueles que merecem realmente absolvição.      
    Impossível portanto se imaginar, alguém que se oponha a uma ação dessa envergadura, pois a cada real roubado representa, menos saúde, menos educação e mais dificuldades principalmente para os menos favorecidos, que representam a maior parte da população brasileira.        

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