terça-feira, 29 de agosto de 2017

FACES DA POLÍTICA


     A política tanto pode se constituir em um meio de projeção de um povo, como também, um intransponível obstáculo para o seu desenvolvimento, dependendo naturalmente de como é conduzida ou direcionada. Acredita-se que a reconstrução de uma sociedade é possível quando seus membros utilizam-se da força de vontade, da capacidade e do conhecimento de causa. Nos regimes democráticos o povo é o principal agente do processo, quando contribui com seus tributos e naturalmente esperando que eles sejam revertidos em benefícios que lhe assegure o seu bem-estar. Cabe portanto ao Poder Executivo a tarefa de arrecadá-los e devolvê-los em forma de bens e serviços e consequentemente ao Legislativo a função de fiscalizar exigindo transparência e equidade na operação. Aos dois (Executivo e Legislativo) cabe também a incumbência de elaborar projetos que venham viabilizar o aumento da rentabilidade municipal, que podem redundar no crescimento e fortalecimento da economia. Logicamente que aonde não se põe em prática tal mecanismo de crescimento, reflete uma população carente, logo privada de assistência em vários aspectos. As responsabilidades e providências desses poderes tendem a crescer mais ainda, à medida em que a receita se incompatibiliza com o crescimento populacional, onde as cidades tendem "inchar" e se esparramarem, exigindo muito mais dos governantes com a extensão de rede elétrica, de água potável, do saneamento, além de outras necessidades prementes.
    A atividade política antes de ser entendida apenas como uma ação entre amigos alimentada pelo improducente assistencialismo, tem que ser vista como um vetor que viabiliza o crescimento sócio-econômico e tem repercursão direta em vida melhor para quem contribui. Em não havendo esta visão conclusiva, que sinaliza para a promoção do bem-social, sempre se terá como resultado final o descrédito nas instituições, a retração social e o indesejável retroagimento de um modo geral. 
   O tempo tem nos mostrado as diferenças, onde houve modernização e acuidade na maneira de gerir a coisa pública, e o descompasso e o retroagimento, onde se insiste na política irreflexiva e incoerente, onde o debate, a criatividade e as ações objetivas inexistem e nem são prioritárias, dando-se mais voz ao conchavo e ao compadrio tão malévolos quão vazios e reprimíveis -nos refletindo assim nitidamente, a outra face sombria e escusa da políticalha.         

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

VULTOS ILUSTRES

  

       PERGENTINO TAVARES                                  DE MOURA
                 1907- 1977 

    Fora um grande izabelense nascido em 02 de fevereiro de 1907, filho de nordestinos cearenses, sendo seus pais, José Tavares de Moura e Maria Constância Tavares de Moura. O então adolescente Pergentino, concluiu seus estudos primários no saudoso Grupo Escolar Sílvio Nascimento. Dedicou-se posteriormente, explorando a sua capacidade intelectual, a catalogar e registrar todos os costumes e acontecimentos de sua terra natal. Também por força de sua dedicação aos livros, ingressou no jornalismo quando escreveu inúmeras crônicas e artigos sobre Sta. Izabel dentre outros assuntos, em jornais da capital,bem como, para a Revista Amazônia. Em nosso município exerceu várias funções públicas como: Fiscal da Prefeitura, Suplente de Pretor, Delegado de Polícia, Fiscal Geral do Município. Ao mudar-se para a capital exerceu o cargo de chefe do Guichê Filatelista dos Correios e Telégrafos de onde se aposentou. Voltando à terrinha e ainda entusiasmado pela literatura, Pergentino dava continuidade a um antigo sonho, escrever a história do seu município. Com boa parte dos escritos já concluídos e farto material ilustrativo, trabalhou para que fosse possível a sua conclusão. Infelizmente fora acometido uma grave doença e veio a falecer no dia 02 fevereiro de 1977. Antes já tinha repassado boa parte do material desta obra ao seu amigo e também pesquisador Nestor Ferreira, que conseguiu concluir e publicar em 1984.
    Em seu falecimento recebeu inúmeras homenagens, como do Clube Thalia, do qual era sócio fundador há 40 anos que cedeu honrosamente um lugar na quadra destinada ao clube, no Cemitério Nossa Senhora das Dores, onde foram depositados seus restos mortais, bem como, a Câmara Municipal em Sessão Solene, lhe agraciou com o diploma de "Historiador do Município".    

                                                    

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES ?


    Como SIP já é conhecido "intergaláxiamente" como o maior produtor de "Baba-Ovos" por Km2, eis que nos surge, (também na política), uma nova espécie, agora de camaleões cientificamente conhecidos como, "Kató-Nabes". Embora difíceis de identificá-los em seu habitat natural, não são ovíparos como seus parentes mais próximos, pois se reproduzem por meio de "óbolos". 

domingo, 27 de agosto de 2017

PERGUNTÔMETRO INOFENSIVO :


    Senado analisa projeto para avaliar o desempenho do funcionário público, podendo haver demissão em caso de ineficiência. Nada mais justo !.. mas não seria também necessária uma criteriosa avaliação na classe política ?

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

DECISÕES INADIÁVEIS

A frente da cidade, lamentável realidade

     É difícil ou até impossível, uma sociedade se desenvolver sem que haja uma reestruturação social, política e econômica. Os sinais de progresso de um povo é notório quando se atinge um estágio satisfatório de bem-estar para todos. 
   Os municípios do nordeste paraense em sua maioria, tiveram sua origem na agricultura e no extrativismo vegetal, através dos grandes núcleos de colonização aqui implantados ainda no domínio português e muitos ainda têm como base econômica essa atividade. Como sabemos, o nosso município surgiu da Colônia N.S. de Benevides fundada em 1873, tendo o demarcador dessas terras Valentim José Ferreira, escolhido a 4ª Travessa ou Uruburetama e a 8ª Mucuripe (hoje João Novo) quando posteriormente, foram incluídas as Colônias Ferreira Pena e Araripe (hoje compreendidas no distrito de Americano). Como responsáveis diretos pelo bom crescimento dessa área agrícola, tivemos algumas famílias de emigrantes estrangeiros e milhares de retirantes nordestinos fugidos das inclementes secas do sertão brasileiro. Sta. Izabel 61 anos depois (em 1934), tornava-se um dos municípios mais prósperos após despontar como uma vila progressista e desenvolvida. Todavia nos anos 50, fora tragado por uma nefasta politicalha que lhe tirou todo o ímpeto de progressividade, relegando-o a um pobre município sem perspectivas de crescimento, o que aconteceu durante três décadas. A maioria das gestões diante das dificuldades, simbolizavam o fracasso de um município, que parou no tempo e no espaço. Diante de uma política recessiva, onde nada se criava ou planejava para tentar mover a engrenagem municipal, o resultado não poderia ser outro a não ser os sucessivos fracassos e o desapontamento do seu povo. Complementando o quadro desolador, chegamos até a perder alguns empreendimentos de vulto, face a inabilidade e a inconsequência da indigitada polítiquice de então. Poucas foram as administrações e legislaturas que nos deixaram algum resquício de crescimento, mesmo assim, longe das reais necessidades do município e que foram se acumulando a cada quatro anos. Hoje com uma população passando de 70 mil habitantes, o município possui uma das economias menos desenvolvidas da RMB, baseada em apenas 3 indústrias de porte médio, uma agricultura em crescimento e um comércio ainda insipiente. 
      Para se entender melhor o que é uma politicalha, basta que olhemos o vizinho município de Castanhal, apenas 2 anos mais velho que o nosso, também surgido de um Núcleo Colonial de 10 lotes, às margens do Varadouro dos Tupinambás, por onde caminhavam comerciantes e boiadeiros nordestinos, provenientes dos estados do Maranhão e do Piauí, que faziam parada numa área de campo, onde existiam grandes castanhais. Hoje transformou-se num grande município, que possui um comércio expressivo, uma forte indústria, com um novo projeto para um grande parque industrial, produz e exporta: calçados, têxtil, metalmecânica, alimentos, pré-moldados, material elétrico, vestuário, etc. possuindo ainda 8 universidades em pleno funcionamento. 
     Sta. Izabel, daqui há 17 anos, estará completando seu centenário de emancipação política -sem no entanto apresentar vestígios de um almejado crescimento do qual reclamam seus habitantes. Atado ainda a um modelo político ultrapassado e nada inovador, tem atravessado décadas e décadas, onde sobram indefinições e crescem as dificuldades da população que clama naturalmente por melhores condições de vida, através de oportunidades empregatícias. Nesse intrigante quadro de indecisões continuadas e decisões paliativas, retrata um município à deriva, sem perspectivas de encontrar uma rota para chegar a um porto seguro. Não obstante ouvir-se opiniões recheadas de ufanismo obsequiosos, porém as evidências dos fatos nos obrigam a discordar de supostas convicções. Por conseguinte, não existe condições de se levar um município a um pleno desenvolvimento, sem atentar-se para mudanças estruturais, com embasamento, capacidade e coerência. Não se consegue avançar portanto, se não discutirmos e colocarmos em pauta os verdadeiros obstáculos que travam a marcha do município -buscando-se através do debate e do raciocínio lógico as soluções breves e necessárias. O resultado prático dessas indefinições e inaptidões que nos legou a política de outrora, apenas estagnou e protelou cada vez mais o progresso desta terra.
   Pelo visto, ou tomamos decisões inteligentes e transformadoras hoje, ou chegaremos aos 100 Anos, como um dos poucos que não conseguiram a sua modernização e nem desenvolvimento nesta Região Metropolitana de Belém, haja vista, o nosso Produto Interno Bruto que já é um dos menores.
  

            

domingo, 20 de agosto de 2017

"PATINHOS FEIOS"


     Para os que acompanham o noticiário, já foi publicado no Diário Oficial do Estado, o novo edital de licitação pública, para a execução do BRT na rodovia BR-316, que faz parte do plano Ação Metrópole. Depois de encalhado por quatro anos no governo Dilma Roussef, o governador Simão Jatene, depois de muita luta e perserverança, conseguiu agora junto ao presidente Temer, um aporte de R$ 530 milhões para a sua implantação. O projeto que chegará até Marituba há 10,7 km de Belém, onde será construído o primeiro terminal às proximidades da entrada da Alça Viária, sendo que o segundo, será implantado em Ananindeua, portanto há 6,5 km da capital, em frente a atual sede campestre da AABB, sendo este o principal ponto de integração das linhas alimentadoras, interligando inclusive o Conjunto Cidade Nova e inúmeros outros núcleos habitacionais das proximidades. O arrojado projeto consta ainda de 26 estações, duas pistas com quatro faixas, treze passarelas para pedestres,ciclovias,pavimentação,drenagem de alto padrão, arborização e iluminação em LED. A nota informativa ainda dá conta de que, o município de Benevides como também integrante da Região Metropolitana de Belém, ficará para uma outra oportunidade.
   Agora, se imaginarmos bem,vejamos: se o nosso vizinho Benevides, que transforma-se num gargalo nos feriadões, à partir de entrada do Mosqueiro fora preterido, quanto mais o nosso que não consta nem na previsão. Todos sabemos que a lei que rege as Regiões Metropolitanas é profundamente explícita, onde reza que os benefícios têm que ser contemplados a todos os participantes da área, indistintamente.
  Porém é compreensível e desalentador, se aqui não se consegue sequer, um único terminal rodoviário para os nossos viajantes e que seria ponto de referência das linhas municipais,intermunicipais e interestaduais que por aqui trafegam. 
  É óbvio que, se não houver mobilização de quem de direito, continuaremos sendo por incontáveis anos, os "Patinhos Feios" dessa inglória e triste história.
   
  
    

"LARÁPIOMANIA"


      Uma empresa que congrega um grupo de renomados economistas, está elaborando estudos para verificar o quanto foi surrupiado dos cofres públicos nesses últimos 15 anos. Eles já chegaram à fabulosa soma de 1 trilhão de reais e dizem que ainda tem muito mais a ser descoberto e computado.
    Não há necessidade portanto, de explicar as dificuldades e carências, por que passa a maioria do povo brasileiro.   

terça-feira, 15 de agosto de 2017

T E R M Ô M E T R O P O L Í T I C O


   Se verificarmos bem, a política poderia ser considerada como um grande termômetro que avaliaria o grau de progressão e regressão de um povo. Não é difícil distinguir-se aonde a atividade política destacou-se de forma positiva, ou seja, quando uma população se sente satisfeita no tocante seus direitos, onde se tem o retorno dos tributos pagos, transformados em benefícios básicos como: saúde, educação,segurança e saneamento. Logicamente que diante da ausência desses serviços imprescindíveis, logo se denota a incapacidade e a inoperância do poder público e por via de consequência, a necessidade de mudar-se os rumos políticos, tarefa aliás, que não pode ficar apenas na retórica dos palanques, e sim, nas atitudes, nas ações e nas decisões sábias e acertadas. Um município como Sta. Izabel , tem como uma questão moral e de sobrevivência, libertar-se das teias da política de outrora, onde nada se planejou para que avançássemos nestas últimas quatro  décadas. Diante de tal imobilidade, hoje se tem um município sobrecarregado de problemas, que naturalmente foram se avolumando ao longo do tempo, arrastando-lhe de forma inapelável e decisiva, ao indesejável retrocesso. As mudanças tão alardeadas,  teriam que ser introduzidas à partir de um projeto político abalizado e racional, optando-se inclusive, pela escolha de postulantes a cargos eletivos com indubitável aptidão, eliminando-se assim, o compadrio e o conchavo, que em nada têm contribuído para ultrapassarmos essa preocupante barreira recessiva e dessa maneira, fortaleceríamos o legislativo, para que cumprisse sua verdadeira função constitucional, que é a legítima representação  popular. É lógico que sem políticas criativas e inteligentes resultantes de uma profunda reformulação política, nos faz distanciar cada vez mais do sonhado desenvolvimento e sem um adequado planejamento, repete-se apenas o que já se viu: um município com carências gritantes, refletindo um povo sem ser atendido em suas mínimas prioridades -,não obstante sabermos que o nosso termômetro político vem tendendo a zero.      

sábado, 12 de agosto de 2017

QUE FIM LEVOU O NOSSO CINEMA ?

Cine Palace, ícone de nossa cultura

    É provável que por volta dos anos 40, a pequena população izabelense tenha assistido por essas bandas, as primeiras projeções cinematográficas, quando o cidadão Alfredo Cordovil, casado com dona Nazaré Patroca, ela pertencente a uma tradicional família de nosso município, que residiam em nossa capital, mas possuíam um belo chalé, na esquina da hoje, Av. Francisco Amâncio com a Trav. José Amâncio. Seu Cordovil, como era mais conhecido, tinha como "robby", realizar sessões de cinema em frente à sua casa, para onde acorria grande número de expectadores. Ainda no período do cinema mudo, a galera se divertia com as estripolias do ator inglês Charles Chaplim, que imortalizou-se como Carlitos, os Três Patetas, dentre outros.Também o político Gabriel Hermes,que adquirira o Retiro de Moema, vez por outra em suas campanhas, exibia em praça pública, filmes de cunho educativo e propaganda governamental. Porém coube ao cidadão Ricardo Delduque Smith Hugues, o popular Dick Hugues, que também foi político e delegado em nosso município, a ideia de explorar o cinema de maneira comercial, quando passou a realizar projeções no grande salão do Clube Thalia, utilizando-se de um projetor de pequeno porte. Com pouco investimento, por muitos anos fazia exibição de filmes antigos, por vezes danificados, em sua maioria relativo ao faroeste americano, onde a intrepidez do cowboy Tim Holt, sua companheira Jane e o atrapalhado amigo Chito, garantiam casa cheia e faziam a cabeça da meninada. Também as aventuras da série Tarzan, o Rei da Selva e outros com características de romance sempre eram atrações, no período ainda das imagens em preto e branco. Posteriormente Hugues ainda adquiriu um terreno (onde é hoje o Supermercado Paraense) e construiu um grande barracão em madeira e ali continuava o seu trabalho no mesmo ramo. Em meados dos anos 50 o recém-chegado comerciante e industrial Waldomiro Coelho, ao firmar uma sociedade com o Sr. Manoel Carneiro, proprietário do Cine Argus da cidade de Castanhal, após comprarem o terreno, construíram o Cine Palace em 1957, logo atrás da então Praça da Bandeira (hoje o Ponto de Táxi).Como se tratava de dois cidadãos capitalistas, muito investiram e trouxeram para a nossa cidade o que havia de mais moderno neste ramo. Com um amplo salão bastante requintado e espaçoso, poltronas reclináveis, projetor profissional, tela de grande dimensão, logo atrás um palco para peças teatrais ou show de cantores, som impecável, iluminação perfeita, não ficando nada dever aos cines modernos -exibindo inclusive os mesmos filmes que estavam em cartaz na capital do Estado. Foram cerca de duas décadas trazendo cultura e entretenimento para nós izabelenses, o que nos fez conhecer os primórdios da cinematografia brasileira através das famosas "chanchadas", que eram musicais carnavalescos da Companhia Atlântida, onde se imortalizaram os humoristas, Oscarito, Grande Otelo,Costinha, Ankito,Consuelo Leandro,Zezé Mota e Derci Gonçalves; os atores, Cyl Farnei, Alberto Vilar e Anselmo Duarte; as atrizes Vanja Orico,Eliana e Ruth de Souza; além dos cantores:Orlando Silva, Jorge Goulart, Francisco Alves, Carmem Miranda, Emelinha Borba, Dalva de Oliveira, as irmãs Linda e Dircinha Batista dentre inúmeros outros.
   Para desalento de muitos, o Cine Palace cerrava suas portas ainda nos anos 70,como muitos outros Brasil afora, motivado talvez pela concorrência de outro avanço tecnológico, a televisão e a profusão de filmes gravados em VHF e outros meios de reprodução, onde o cidadão os assiste em sua própria poltrona.
  
   Depois de tanto tempo trazendo diversão, intretetinimento e cultura à várias gerações, ele ainda está ali, imponente e belo, apesar de seus 60 anos, testemunhando uma era, uma era em que se investia na formação cultural e no lazer dos izabelenses.      
           

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

AMNÉSIALULESCA


  O PT pode  se queixar de tudo: menos de ter pego um país equilibrado, com as finanças em dias e uma moeda forte. Resumo da ópera: gastou toda a grana, dessarrumou com a economia e agora se isenta, dizendo que a culpa é do ex-aliado Temer. 

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

BARREIRA A TRANSPOR


    Acredita-se que muitos izabelenses sabem, ou desconfiam, que Sta. Izabel não figura no rol dos 20 municípios mais rentáveis e portanto, desenvolvidos do Estado do Pará. Porém poucos têm notícia, de que esta desconfortável posição deve-se à ausência de políticas públicas voltadas para promover o aumento de nossa produtividade e que continua (e continuará) sendo o vilão de várias administrações. Some-se a isto, as três décadas que o município passou "engessado" por uma nefasta politicalha, que apenas nos deixou a marca do retrocesso e do oportunismo, concorrendo mais ainda para o desmonte, até por volta dos anos 80. Como consequência, refletiu-se um município paralisado no tempo, sem norteamento, onde posteriormente, um novo outro grupo assumia o poder, porém com as mesmas características, ou seja, o assistencialismo exacerbado, o compadrio, sem a menor orientação ou noção no sentido de planejar e promover o desenvolvimento desta terra. Todo esse processo recessivo de tantos anos, ainda visível nos dias atuais, logicamente impossibilitou o município de dar passos mais significativos e seguros, o que atingiu inúmeras gerações em várias épocas. Esse estado recessivo nos é perceptível, não só quando passamos a figurar entre os municípios que menos prosperam, mas também e principalmente, quando continuamos perdendo a competitividade com outros nossos vizinhos, que ainda não contabilizaram nem 50 anos de existência. Deveria ser portanto motivo de preocupação, não só para nós calejados contribuintes, mas para aqueles que enveredaram pela seara pública e que têm a real responsabilidade de realizar as transformações necessárias em prol de todos. Hoje o município com crescimento demográfico acentuado, reclama por muito mais presença do poder público em termos de: saúde, segurança, educação, saneamento urbano,a precária distribuição de água e energia elétrica -,e que infelizmente não se vê ressonância e nem uma atitude concreta em promover e resolver tais necessidades tão prementes.
   O futuro depende de bases sólidas plantadas no presente,se não semearmos hoje uma base econômica solidificada, é difícil transpormos esta barreira para o futuro.
   Claro que no palanque, as coisas são bem mais fáceis.    

terça-feira, 8 de agosto de 2017

VULTOS ILUSTRES


                                      ANTONIO  JOSÉ  DE  LEMOS

     Nasceu em São Luis do Maranhão, em 17 de dezembro de 1843 e faleceu no Rio de Janeiro em 2 de outubro de 1913. Chegou ao Pará como escrevente da Marinha e ao deixar a vida da caserna, passou a exercer a mesma função no antigo e extinto jornal paraense"A Província do Pará", do qual tempos depois passou a ser proprietário. Sua atividade na imprensa o levou a ingressar na carreira política quando foi eleito por três vezes deputado provincial. Posteriormente foi eleito intendente (cargo equivalente a prefeito) de Belém em 1897, chegando a senador. Fora considerado o maior administrador de nossa capital, responsável pela modernização e urbanização da cidade, transformando-a em uma das mais belas cidades do país. 
    Em nosso município construiu um dos mais bonitos recantos que é o Retiro de Moema (hoje infelizmente abandonado), o qual sempre frequentava com sua família. Foi o maior incentivador enquanto intendente de Belém, do Orfilinato Paraense que funcionava em nossa capital e teve o seu nome em sua homenagem, quando passou a funcionar em Sta. Izabel, o Orfanato, e depois Colégio Antonio Lemos. Também em nossa cidade ele fora homenageado em 1906, com um viaduto (também extinto pela incúria administrativa), hoje a extensão da Rua João Casanova.    

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

REFORMULAÇÃO POLÍTICO-PARTIDÁRIA


      A atividade política, que embora pareça para alguns, como apenas uma frenética corrida a um pleito eleitoral, a captação de votos entre amigos, ou ainda a busca de um emprego bem remunerado  -ela encerra no entanto inúmeras atribuições no tocante ao seu real desempenho e, que deveriam ser seguidas à risca pois cada um de seus agentes eleitos que têm por obrigação executá-las a contento. Todo cidadão que envereda pela vida pública, deveria ter em mente que não se abraça tal função apenas de forma simbólica ou vaidade pessoal, seu compromisso maior é trabalhar no sentido de engrandecer e contribuir para dias melhores da sociedade. A busca incessante dessas atribuições, passa pela capacidade de viabilizar meios e produzir recursos para o desenvolvimento da sua área de atuação. Porém, tornou-se lugar comum verificarmos homens públicos, que inserem-se na prática do assistencialismo, sem no entanto atentarem que suas funções têm uma amplidão muito maior, que é a busca do bem-estar de uma população e não apenas parte dela. Dessa maneira, praticamente excluem-se de fomentar ou participar de discussões de planos relevantes, cujo teor seria o crescimento e o desenvolvimento de sua região de uma forma geral -tornando-se assim, meros pesos mortos para o já escasso erário público.
     Tomando-se por base o nosso município e olhando-se ao longo de toda a sua trajetória, no que se refere ao seu crescimento, logo se verifica que a política não teve a devida preocupação em primar por uma base de sustentabilidade econômica baseada na força produtiva municipal, comprovando-se hoje, que as fontes de rendimentos que possuímos não foram convenientemente acionadas, traduzindo um município financeiramente frágil cuja renda não supre as suas reais e prementes necessidades. Isto significa afirmar que a maioria de nossas administrações se perderam ao longo tempo, em questiúnculas meramente domésticas e assistencialistas, sem ter o devido cuidado em discutir o problema do crescimento econômico com o afinco e a profundidade que ele requer e de igual maneira, várias legislaturas acompanharam esse equívoco, ora por inobservância, ora por falta de uma visão futura. Assim sendo,o município acabou penalizado e condenado ao indesejável marcar passo  -onde enfrenta inclusive, com a própria repetição de atores em cargos políticos, um fator a mais, desfavorável ao seu desenvolvimento como um todo. 
    Por conseguinte, enquanto não se tomar atitudes nesse sentido, prosseguiremos como um município com uma receita que nem de longe satisfaz as suas reais necessidades, logo sem perspectivas de crescimento, além de uma população que aumenta vertiginosamente a cada ano, porém sem chances de conseguir emprego e renda.
    Acredita-se portanto, que o município necessite de uma grande reformulação política, onde os partidos busquem mais qualidade em seus postulantes. Porque, empurrar com a barriga ou colocar a culpa sempre em gestões ou legislaturas anteriores, já encheu as medidas do povo.  
      

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

CORRUPÇÃO E SEUS MALES


      É extremamente lamentável e preocupante verificarmos que o Brasil esteja classificado, pelo Fórum Econômico Mundial sediado na Suíça, como a quarta nação mais corrupta do mundo, atrás apenas da Venezuela, Bolívia e o Chade (país situado ao norte da África Central). Embora tenhamos notícias de que mesmo no Império, já se tinha registros de espertalhões, que de uma maneira ou outra, levaram algum tipo de vantagem apropriando-se do erário público. Considerando-se os períodos mais recentes, a partir dos anos 80, tivemos o caso dos Anões do Orçamento, onde políticos conseguiam emendas para liberação de verbas à instituições filantrópicas, geralmente dirigidas por parentes ou "laranjas" e dali desviavam boa parte da verba. O caso Navalha na Carne, muito semelhante ao anterior, onde políticos e empresários fraudavam licitações para obras desnecessárias. Juiz Lalau, o magistrado Nicolau dos Santos Neto, conseguiu desviar juntamente com o senador Luis Estevão, cerca de 2 bilhões de reais nas obras do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A advogada e funcionária do INSS, Georgina de Freitas, juntamente com uma quadrilha desviaram cerca de R$ 2 bilhões, daquela repartição. Fundos de Pensão (2015) de onde foram surrupiados R$ 80 bilhões. Banco Marka, através do seu proprietário Salvatore Cacciola, que obteve informações privilegiadas, deu um prejuízo de R$3,7 bilhões ao Banco Central. Vampiros da Saúde, fraudes em licitações com aumento de preços de remédios, com prejuízo estimado em R$ 4 bilhões. Operação Zelotes, propinas pagas por grandes empresas a funcionários da Receita Federal para anulação de multas, furo estimado em R$19 bilhões. Banestado, envio de dinheiro a paraísos fiscais através deste banco, prejuízo 30 bilhões de dólares. Operação Lava Jato em andamento, que apura várias irregularidades praticadas na Petrobras, BNDS e empresas JBS,envolvendo políticos, empreiteiros de obras, doleiros, marqueteiros e executivos da estatal, gerando um rombo até o momento de R$ 400 bilhões. Como visto, tais esquemas foram montados das mais sórdidas e espúrias maneiras, que iam desde a pagamento pessoal, aos disfarçados financiamentos de campanhas eleitorais, propinas, caixa 2, enfim um rosário de ilicitudes envolvendo um sem número de homens públicos e conhecidos empresários. Como não poderia deixar de ser, o conjunto de todas essas articulações criminosas, provocou uma incalculável sangria aos cofres da nação levando-a a uma insuportável recessão, corte de investimentos, arrocho de salários, alto custo de vida penalizando mais uma vez e como sempre os assalariados. Enquanto isso a Justiça através de seus procuradores e agentes, se esmera para desbaratar e exterminar toda essa espúria quadrilha que conseguiu de várias maneiras, se organizar e daí, surrupiar o dinheiro público. O que mais estarrece aos cidadãos de bem é a deslavada cara-de-pau dessa corja, que ainda se autoproclama inocente, porém não consegue explicar de onde veio todo esse dinheiro, hoje camuflado em paraísos fiscais. E ainda pessoas que se imagina cidadãos sensatos, que subestimam e menosprezam o trabalho e a dedicação daqueles que por dever de ofício, fizeram da Justiça a sua profissão de fé. 
    Afinal, nos surge uma luz de esperança, ao percebermos que nem todos idolatram aqueles que preferiram a margem da sociedade e que inseridos em siglas partidárias, aproveitando-se das regalias do poder, tentaram nos extorquir, roubar e atirar ao lixo a nossa dignidade.