terça-feira, 4 de abril de 2017

MINHA ESCOLA


     O ano era 1951, eu com sete anos de idade, tendo iniciado as primeiras letras em casa, com minha irmã maior, não via a hora para chegar março e ingressar no meu querido Grupo Escolar "Sílvio Nascimento". Numa determinada manhã lá estou eu com meu garboso uniforme amarelo-ocre,(ainda era calça curta), meias e sapatos pretos e no peito em azul-escuro as maiúsculas: IP, que significava Instrução Pública, além de uma pequena pasta que continha a Carta do ABC, caderno, lápis, apontador e borracha. Difícil descrever minha emoção ao assomar pela primeira vez as escadarias daquele majestoso prédio, agora na condição de aluno. Naquele dia lembro da primeira professora, chamava-se Edite e aparentava uns 40 anos de idade. Ao chegar cumprimentou-nos e logo solicitou que todos sentassem, lendo em seguida a lista de frequência, dos cerca de 30 alunos. Com o passar dos dias foi que percebi o quanto aquela senhora era meiga e dedicada e com uma enorme paciência, nos acompanhou até o final do ano nos ensinando as primeiras letras e os algarismo. Também sua imagem me ficou gravada, quando ao encerrar o período letivo me agraciou como o primeiro da classe e recomendou à direção que eu fosse promovido ao Primeiro Ano Adiantado,  onde o aluno já passava a ler textos. Em 1952, novos colegas e nossa professora chamava-se Crisolete, uma moça de seus 25 anos. Bastante atenciosa e cuidadosa com seus alunos e dedicada em seus ensinamentos. Em 1953 estava eu na Segunda Série, onde encontrei outro anjo de bondade na pessoa da professora Lindalva (Lulu) Ferreira. Muito paciente e carinhosa com a turma, até o final daquele ano letivo. Outra que generosamente me agraciou como o primeiro da classe. Já na Terceira Série, tive a honra de estudar com a professora Laura Ferreira (irmã de Lindalva). Era mais exigente porém, muito competente e determinada em suas aulas. Nesta série a tabuada fazia a gente suar frio, porque ainda era a época da palmatória. No ano seguinte (1954), agora na Quarta Série, estudei com mais de um professor durante o ano, e não lembro quais. Em 1955 ia cursar a Quinta e última série e também tive dois mestres, cujos nomes também me fugiram da memória. Porém dos colegas lembro de alguns, como: Antonio Romão de Assis, Ana Maria Moraes, Ivan e Isis Bitencourt, João Soares, Elizete Amaral, José Ferreira, dentre muitos outros, que ainda estão aí por essa alongada vida. 
    Como não lembrar dos nossos digníssimos mestres que com muita dedicação orientaram a tantos abrindo-lhes as portas para que seguissem várias profissões.
    Como não lembrar também do 7 de Setembro, os ensaios nas ruas empoeiradas de então e o garboso  desfile que encerrava Praça da Bandeira (antiga). Não daria para esquecer  as horas do recreio, a pelada no quintal, as briguinhas da garotada, as pedras atiradas nas mangueiras, o venerando Sr. Lourenço e D. Maricota, (saudosos inspetores) a reparar a turma, o velho porão, o "castigo" na diretoria, as pipocas, broas, beijos-de-moça direto do forno do Sr. Romão (bem ao lado).
    Hoje mais de 60 anos depois que deixamos seus bancos, sentimos emoção e a alegria incontida ao passar por essa escola e vê-la ainda impávida e majestosa, com os mesmos traços arquitetônicos do passado, ela chegou aos 112 janeiros. Porém nossa maior alegria é saber que além de ser dos maiores patrimônios culturais dos izabelenses, ela faz parte da Rota Turística do Estado do Pará. 
     Vida longa ao nosso "Sílvio Nascimento"! 
      

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