domingo, 12 de fevereiro de 2017

FORÇA JOVEM


      Não há sombra de dúvidas que uma sociedade evolui ou regride de acordo com o modelo político que lhe é ordenado. Nesta terra que também já se chamou São João Batista e João Coelho, talvez a mais significativa manifestação popular aconteceu na década de 60, quando os poucos mais de 15 mil habitantes se uniram exigindo a volta do topônimo (nome) primitivo (Sta. Izabel), perlenga que perdurou por cerca de 17 anos. Uma prova cabal da inexpressividade política, já na época, foi que nem mesmo o "chefe político e líder" local se interessou na defesa desta causa -o que coube ao eminente deputado Geraldo Palmeira "comprar" o imbróglio, resolvendo de vez a questão em 1961. 
   Aí portanto, apenas um pequeno indício do retrocesso que o nosso município foi vítima, com a imposição de uma política perversa, oportunista e degenerativa  - o que fez com que nosso povo permanecesse sempre dizendo "Sim Senhor" a um pseudo-líder, que após 25 anos consecutivos nos legou um município estagnado e esquecido em relação ao Estado e o País, a partir de 1950. Tal prática naturalmente, apenas beneficiava o "chefe" e seus apaniguados que não raro, conseguiam eleições sucessivas e cuja tônica era o uso do conhecido clientelismo (suposto favor ao eleitor em troca do voto), onde o principal alvo eram pessoas pouco avisadas, ou por demais necessitadas. Como consequência dessa tragédia inevitável e encomendada, tivemos a desestruturação de um município que já na década de trinta, mesmo na condição de vila, apresentava um crescimento vertiginoso, o que logo lhe favoreceu a emancipação em 1934. Com a intervenção dessa politicalha, refletiu-se um município fadado ao fracasso, registrando-se a paralisação de setores vitais como: educação, saúde, cultura, infra-estrutura e econômico - mesmo a despeito de  sua localização geográfica (35 Km da capital), possuir dois importantes escoadouros para sua produção que são: a BR-316 e o Rio Guamá e, ainda tivemos o apogeu da pimenta-do-reino ( o ouro-verde da época) -quando chegamos a um dos primeiros produtores nos anos 70. - porém éramos sempre puxados para trás em função da iniquidade da politiquice de então -sendo inegável que arrastou o nosso município à condição de menos desenvolvido na Zona Bragantina. Ainda ceifou o sonho de muitos jovens de minha geração, que privados de seus estudos, optaram por profissões mais modestas, ou tiveram que buscar em outros centros melhores perspectivas de vida. Complementando, para se ter uma ideia, somente na década de 70, tivemos a instalação da primeira agência bancária por livre iniciativa do Banco Econômico, quando o mercado já exigia há muitos anos este serviço.
  Depois de quase três décadas de retrocesso, o povo cansado e extenuado de tantas mazelas, reagia gradativamente e os próprios antes aliados, encarregaram-se de virar esta página negra de nossa história, livrando o município de tanto dissabor.
    Observe-se que esses 30 anos, foram responsáveis por uma dívida impagável que é a aniquilação de sonhos, a privação de esperanças e a súbita degeneração de um povo que hoje deveria viver em uma terra desenvolvida e progressista como qualquer cidadão almeja. 
   Nos pautando no dito popular que ensina: "Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe" , colocamos um termo em nossa despretensiosa prosa  -pois passado todos esses sacrificados anos, temos que acreditar na nossa juventude, que felizmente não viveu o sinete repressivo do atraso e hoje, com mais chances de sonhar, poderá com conhecimento, esta luz da sabedoria, além de sua força jovial, apagar de vez esse ranço da política de outrora, que infelizmente, ainda insiste e reluta em permanecer entre nós -trazendo esperanças e melhores dias para os izabelenses.
     Avante, jovens! Nada nos superará se realmente nos espelharmos no dístico do nosso magnífico brasão : "União e Labor". 

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