Há poucos dias de uma nova eleição, quando teremos oportunidade de eleger novos mandatários para o quadriênio 2017-2020, reside aí uma necessária e profunda reflexão.
Para alguns observadores mais afeitos, o modelo político que alguns ainda se apropriam, o velho e surrado clientelismo, é talvez um dos maiores males que denigre e envergonha esta nobre atividade. Como é de domínio geral tal prática funciona como um contrato escuso, onde o pretenso homem público oferece algo em troca do voto, visando unicamente subornar o eleitor. Na maioria dos casos, os principais atores são figuras abastadas, com polpudas reservas financeiras, que invariavelmente são os únicos beneficiados. Embora a Lei condene em todos os sentidos tal procedimento, muitos se arriscam por tais "atalhos" e às vezes conseguem, mesmo burlando a Justiça, sufrágios suficientes, para depois se ufanarem de ter "conseguido" alguns milhares de votos -o que naturalmente nem sempre refletem as qualidades ou capacidade do eleito. Para tal, buscam com suas atitudes torpes, pessoas pouco informadas e até necessitadas, que ignoram o currículo destes, sendo geralmente moradores de longínquas localidades e logo se constituem presas fáceis para esse tipo de crápula. As graves consequências sempre recairão sobre a vida do próprio corrompido, pois passa de livre credor de seus direitos, a um reles e submisso devedor.
O clientelismo por seu turno, tem suas raízes no "coronelismo" infelizmente ainda muito em voga, quando se sabe que são verdadeiras "usinas de votos" mais conhecidas como "currais eleitorais" -onde o eleitor (geralmente serviçal e semi-analfabeto), é levado no "laço", para efetuar aquilo que seria seu livre direito como cidadão.
Nos últimos tempos, vemos os rumos que infelizmente tomou a nossa política, onde a deslealdade, a imoralidade e a falta de compromisso, tornaram-se lugar-comum, desde os Estados mais ricos, aos mais recônditos municípios pelo Brasil à fora -jogando esta nobre atividade ao lodo e ao descrédito quase irreversível, nivelando bons homens públicos que existiram e ainda existem, no mesmo cocho dos malfeitores e corruptos, aproveitadores de cargos públicos, que o povo lhes conferiu um diploma, para bem lhe servir e não para surrupiarem seus bens.
Por tudo isso, veja quem merece realmente seu voto.
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