domingo, 18 de maio de 2014

TAL PAI ... TAL FILHO


     Havia muito tempo que a campainha de casa fazia parte da praticidade do dia a dia, que as pessoas se utilizam para se comunicar. De um certo tempo para cá, vinha notando que ela tocava "sozinha". Estaria na hora de aposentá-la ou seriam "fantasmas" perturbadores? Pensei. Com o passar dos dias, conclui que o horário coincidia, isto é, por volta das 14 h, no momento da sesta e de pouco movimento na rua. Depois de várias semanas de oporrinhação, resolvi bancar o detetive. Liguei a câmera de imagens e no horário certo, vi que se aproximavam duas gurias de aproximadamente 10 anos de idade, uniformizadas de colegiais. Entreolharam-se e logo apertaram a sirene,saindo em desabalada carreira. Consegui alcançá-las antes de dobrarem a esquina e as amedrontei dizendo que ia procurar saber quem eram seus pais ou iria queixar-me junto a direção do colégio. Notei que ficaram bastante assustadas pela palidez do semblante.
     Teria sido um santo remédio, pois de lá para cá, passaram-se alguns meses e eu já nem lembrava mais das "pestinhas". 
     Mas para meu desencanto e azar, ontem 17 (sábado), depois de um bom sono, me assustei com a bendita sirene tocando insistentemente. Rapidamente liguei a câmera e ainda vi as duas "molequinhas" correndo e abrigando-se a um casal, provavelmente seus pais, que pareciam vir de algum culto, pois a bíblia que ambos empunhavam, levava a crer. Pensei ir à rua para tomar satisfações, porém contei até dez, controlando o colesterol. Ora, seria muito menos incômodo se o horário não fosse 23h 40, cujo alarme estridente me tirou do sono e do sério.
    Sei que se trata de crianças, mas convenhamos, onde está a educação desses pais, que não coíbem seus filhos de atentarem sobre o direito de sossego de outrem? Se permitem isso, permitem coisas muito piores.
    Depois dessa, tomarei uma das decisões: mandarei desativar minha campainha, ou vou procurar os "irresponsáveis" por essas inocentes.

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