sábado, 28 de maio de 2016

VISÃO DISTORCIDA

Praça da Matriz

     Poucos, bem poucos políticos, ou aqueles que pretendem entrar nessa área, têm uma noção da real situação do município, ou o que se pode fazer para contribuir com o seu progresso. Muitos de um modo geral, acreditam que a prefeitura sempre viveu com o cofre abarrotado de dinheiro e que as gestões (talvez excetuando algumas) são falhas, não realizando as obras necessárias por pura má-fé ou negligência, sepultando todos os gestores, na cova rasa da desonestidade. Embora não se possa negar que houve nesses longos 82 anos, administrações desordenadas e descompromissadas com o povo, porém uma grande maioria optou pelo menos, pela honradez e retidão, não obstante as inúmeras dificuldades encontradas no caminho, em um município cuja população cresceu desproporcionalmente em relação à sua economia. Ruas e pontes mal construídas e sem a menor infraestrutura, bairros e ocupações sem planejamento, estradas nunca assistidas convenientemente, tudo faz parte dessa explosão demográfica e sempre serão os maiores problemas de qualquer gestor, que sem recursos suficientes tentam minimizar, sem conseguir a necessária solução. São conhecidos ainda na história, aqueles que deixaram ao sucessor, o erário combalido, com dívidas colossais na praça, funcionários com vencimentos atrasados, enfim um município destroçado, relegando-o mais ainda ao indesejável retrocesso. 
    Poucos também têm conhecimento, que o município teve seu grande momento para despontar como um dos mais desenvolvidos, no período áureo da pimenta-do-reino nos anos 70, quando chegou a ser um dos principais produtores no estado, cujo grande capital esvaiu-se, não tendo sido incentivado para aqui ser reinvestido, pois a politicalha reinante na época, não permitia sequer que tivéssemos agências bancárias. 
    De lá para cá, não conseguimos destruir o ranço do passado e nada mudamos para que o município avançasse, continuamos com uma política estritamente voltada para dentro, onde espera-se apenas pelos recursos oficiais, sem se ter o cuidado de planejar o futuro para as próximas décadas e gerações, o que nos faz perder competitividade gradativamente entre outros municípios mais modestos e mais novos, basta verificarmos o cenário paraense. Claro que isto naturalmente não se pode imputar apenas às administrações e sim a inoperância política como um todo, que durante mais de oito décadas, jamais vislumbrou um projeto de grande proporção e envergadura com vistas ao crescimento e o nosso futuro. 
    Um município que já se aproxima de 70 mil habitantes, que conta apenas com uma ou duas indústrias , que sobrevive basicamente dos repasses governamentais e ainda dispensa grandes empreendimentos (como na gestão passada), não há como se crer que chegará a algum lugar. Seria o mesmo que acreditar que Papai Noel existe. 
       
     
    
      
     

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