quarta-feira, 22 de março de 2017

ERROS CLAMOROSOS DO PASSADO


    Sta. Izabel apesar da sua condição de vila em 1899 já se sobressaía, primeiro pelo seu clima, depois por sua proximidade com a capital, seus atrativos e caudalosos igarapés que além do banho, lhe facilitavam a fluição dos produtos oriundos de sua extensa agricultura, de seus engenhos de cana, suas serrarias que juntos fazia gerar um movimentado setor comercial como poucos na região. Esses dados preliminares nos dão uma nítida noção de como surgiu uma terra tão promissora e com um grande futuro pela frente. Em 1931 dada ainda a sua prosperidade fora guindada à Subprefeitura, assumindo o agrônomo Laurênio Castro por um ano. Finalmente em 7 de janeiro de 1934 ganhava definitivamente a sua autonomia e hoje o município vive seus 84 anos de emancipação política. 
    Sta. Izabel é um dos mais bem situados na Região Metropolitana de Belém,  distando desta capital apenas 35 Km e está entrecortado por duas rodovias, que é a BR-316 (Belém-Brasília) e a Pa-140 que o ligam a vários outros municípios do Nordeste Paraense.
   Por muitos anos várias eram as famílias de nossa capital que possuíam suas chácaras em nossa cidade e arredores, admiradores da aprazividade do lugar como: o ex-indendente de Belém Antonio Lemos, que fez construir o Retiro de Moema; João Coelho (ex-governador do Estado), construiu o chalé em frente ao estádio do Izabelense; ao lado, a chácara Lucyleia; a vivenda do Dr. João Casanova na Tv. Tibiriçá; o chalé da família Matta Bacelar; o sítio da família Sílvio Meira, a bela propriedade de Antonio Pinheiro dos Santos a aprazível Porangaba, do alemão Seligman, um belo sítio de duas irmãs também alemãs, na hoje Av. Gov. José Malcher, a chácara do polonês Kislasnov; o chalé de ferro que pertenceu à família Maravalho Belo; o sítio do Dr. Ferro e Silva (à entrada da Aratanha etc...etc. Como relíquias arquitetônicas: o magestoso Orfanato Antonio Lemos, o Grupo Sílvio Nascimento, o Grande Mercado, a primeira Estação Ferroviária, o prédio da Usina Elétrica e as praças da Bandeira e da Matriz, todo esse conjunto reflete a imagem de Sta. Izabel dos anos 50, uma cidade pequena recém-emancipada e administrada pelo primeiro gestor eleito o cidadão Joaquim Alves da Silva que dentro de suas possibilidades, criou leis interessantes, homem de um carater brando e irrepreensivo.
    Daí em diante nossa política tomava novos rumos e naquele momento um cidadão empunhava as rédeas do poder, levando consigo muitos adeptos adotando o velho sistema clientelista , que como se sabe, o voto sempre é trocado por um suposto favor ou ao eleitor, ou a um parente próximo. Com isto levou-se quase 30 anos que o município estagnou, não conseguindo planejar seu futuro para que pudesse dar passos significativos visando o seu desenvolvimento. Evidentemente com uma política apenas voltada para dentro, onde quase sempre se elegiam o "chefe" e aqueles que obedeciam fielmente suas ordens e como consequência lógica, não se chegaria a lugar algum, como hoje é evidentemente comprovado. 
    Já pelos anos 80, com uma nova geração melhor informada, começava-se mudar algo, com a desaprovação daquela política que apenas se preocupava com sua permanência no poder -sem verificar que o município já contava com uma população de mais de 50 mil pessoas e a cada década, surgiam inúmeras carências na cidade e no campo,optaram afinal por dar um basta. Porém o que restou foi um município ainda desnorteado sem a menor condição de crescimento e hoje qualquer cidadão que o assuma  lutará com orçamento minúsculo e quase sempre comprometido para fazer mover a máquina administrativa -além de uma população crescente que reclama e exige melhores condições de: saúde, transportes, escolas, água, energia elétrica, melhorias para o seu bairro, sua rua, segurança, emprego etc... etc. Todos sabemos que realmente não é fãcil solucionar em 4 anos, aquilo que deixou-se de fazer em 40 e a prova cabal disso tudo, é que somos um dos municípios que menos cresceu na Região Metropolitana de Belém, por falta de gerenciamento e competência. Foi justamente este injusto e despropositado legado que a velha política nos deixou. 
   Acaso se tenha dúvidas, que verefique a história e as estatísticas.



   

    

2 comentários:

  1. Lamentavelmente Orlando, esta é nossa Santa Izabel.

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  2. Justamente caro Rodrigo, quem viveu o negro período entre 1950 e 1980,viu e sentiu o que uma política sem ter objetivos e muito menos compromisso com o progresso é capaz de fazer. Infelizmente nossa terra teve que passar por isso e hoje tem que reunir muita força, capacidade e disposição para ultrapassar todo esse tempo desperdiçado. Entretanto com fé em Deus e a inteligência jovem, Sta. Izabel vencerá.

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