terça-feira, 27 de outubro de 2015

IZABELENSE: DE CAMPEÃO, A LAZER PARA ANCIÃO


    Apresentando-se (como em todos estes últimos anos) , sem uma estrutura compatível para fazer face ao sempre disputado Certame Paraense, o Atlético Clube Izabelense mais uma vez se despediu melancolicamente da fase preliminar desta competição (a chamada Segundinha-2016), neste domingo (25), no Abreuzão, com um lúgubre empate ante ao também desmotivado Gavião Kyikatejê, por 1x1. O Frangão que estava na Chave A1, na primeira rodada conseguiu um heróico empate diante do São Raimundo (Santarém) por 1x1 ; foi goleado pelo Águia (Marabá) por 5x2 ; fora humilhado em casa pelo Pinheirense por 5x0 ; ganhando apenas do irreconhecível e fragilíssimo Tiradentes (em Castanhal) por 2x0  -, totalizando meros 5 pontos no cômputo geral. 
   Para os que não têm acompanhado o outrora temível "Frangão da Estrada", que já teve participação destacada no Parazão e até disputou (por duas vezes) a Terceira Divisão do Certame Brasileiro entre as décadas de 70 e 90, hoje infelizmente, configura-se numa verdadeira caricatura daquela agremiação, que chegou ao ápice do futebol paraense e brasileiro, fruto do trabalho incansável e programático de beneméritos e dedicados Atleticanos daquela época  -, que reuniram uma dinâmica diretoria, uma base financeira de sustentabilidade, uma equipe em franca atividade (apesar de ainda amadora) , que após ganhar o Campeonato local, representou a Liga (LAI) ganhando o Campeonato Intermunicipal (79) e daí adquiriu maturidade para increver-se e disputar o Certame Paraense, quando foi por 3 vezes Campeão do Torneio de Incentivo ( atual Segundinha) -, tudo isso
fruto de um trabalho organizado e bem planejado. 
    Infelizmente, após essa fase explêndida e já por volta dos anos 2000, o clube fora quase desativado, porém logo ocupado por um "experto desportista" local que por 6 anos o explorou como se fosse a extensão de sua casa ou de seus negócios -, todavia fora defenestrado em boa hora, pelo sócio benemérito Orlando Lino e alguns outros simpatizantes interessados em salvar o clube daquela "jogada ensaiada e já manjada". Confesso que me decepcionei ao sentir que alguns dos cidadãos que ajudaram a "limpar" a agremiação, não tinham o interesse e nem o mesmo propósito que o meu, em lhe dar novos rumos  e preferiam administrá-lo sob "esquemas". Optei por sair, à abdicar de meus propósitos  honrando como sempre fiz (desde atleta) até hoje, esta agremiação.
   A partir daí, seguiram-se "diretorias" bisonhas, sem observarem os estatutos, descoordenadas, acéfalas, sem reais objetivos , cujo resultado não poderia ser outro -,isto é: um clube sem uma organização formal,  logo, sem norteamento , sem objetivo ou compromisso com a massa desportista do município, sem planejar inclusive o crescimento do seu patrimônio, o que resulta nesse descompasso e sequência de vexames que todos veem no presente.
     Registre-se porém aqui, a boa vontade e a dedicação de desportistas como: os ex-atletas Luizinho,  Marquinhos Brito, Caroba e o fisicultor Barata -, que nos últimos tempos, não têm medido esforços para convidar e selecionar jogadores da terra e assim formarem a equipe representativa Alvi-Rubra nos últimos certames. Caso contrário, o Izabelense não seria representado, pelo fato de não possuir e não incentivar sequer equipes da categoria Sub-17  e Sub-20, em flagrante desmotivação aos jovens de nossa terra, emperrando de tal modo, a renovação de novos valores para o clube e para o nosso futebol como um todo.
    Estarrece-nos portanto, verificarmos o verdadeiro contracenso usado hoje na agremiação,  que consiste em: atrair pseudos-sócios, com idade até de 70 anos, onde congregam ex-futebolistas do clube e outros que nunca sequer vestiram tal camisa , para irrelevantes e despropositadas "peladas" cotidianas, entre várias "associações" formadas dentro do próprio clube, cuja "brilhante ideia" deve-se a um conhecido ex-atleta.  Onde nos seus recalcitrantes entendimentos, estariam preservando e mantendo a funcionalidade da agremiação. Além de pessoas que aproveitando-se da infantilidade de supostos dirigentes, se arvoram em mandar e desmandar nos destinos da entidade, interferindo em tudo, respaldando-se por terem dado uma ou outra contribuição -,quando muita das vezes,  surgem mais como "beneficiados",  do que propriamente "beneficiadores" deste clube.
   Infelizmente caros desportistas, é esta a imagem deplorável, triste e decepcionante de uma agremiação que fora fundado em 1924, com o propósito único de defender e honrar o futebol izabelense. O clube do grande idealizador e fundador Manoel Silva, do médico e Presidente de Honra (por várias vezes) Victor Paz, de Manoel Souto, Lisis Bitencourt, Bento Lima, dos imortais baluartes: José Pedro de Almeida Campos e Edilson Paiva de Abreu, entre muitos outros que soergueram verdeiramente este patrimônio e que deixaram seus nomes inscritos na história e na bandeira Alvi-Rubra: pela dedicação , comprometimento e zelo com o esporte desta terra  -,sem nunca pleitearem serem os "donos" da agremiação, em respeito aos seus estatutos e especialmente ao seu quadro social. 
    Lamenta-se ainda, não possuirmos uma mídia capaz, competente e isenta, que realmente contribua em desnudar e criticar (sem amarras "amigáveis") , os rumos que tomou o nosso Vermelhão da Estrada nos últimos anos , porque pela ótica da concisão e da responsabilidade de bem informar, logo veriam que isto que aí está, não se coaduna com o recente passado do nosso querido Atlético Clube Izabelense e muito menos, com a imagem do nosso antes respeitado futebol. 
   A somatória de tudo isso, nos reflete a ausência de preceitos basilares para administrar-se uma agremiação esportiva nonagenária do porte do Izabelense, que tem em seu trajeto uma bagagem histórica repleta de tantos triunfos e glórias para Sta. Izabel do Pará, sendo inclusive considerada de Utilidade Pública pela edilidade municipal, em tempos idos. Hoje porém, relegada ao caos generalizado e atirada ao lixo da irresponsabilidade, bem como, do repugnável descompromisso de alguns.


                                                                                                       Orlando Lino (Sócio Benemérito)
      

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