terça-feira, 13 de outubro de 2015

TEMPOS DE REFLETIR E REAGIR


    Os concidadãos que contam com mais de 60 anos de idade, infelizmente sabem, que aqui ainda cabe o cognome de:  o "Município do já Teve". 
   Verificando-se bem, já tivemos: excelente sala de projeção cinematográfica (Cine Palace, hoje transformada em templo evangélico) ; sede do antigo DER (Setrans, que levaram para um terreno baldio na BR-316, transformando-a em depósito de sucatas daquele órgão estadual) ; agência da Coletoria Federal (extinta no seu nascedouro) ; Clube onde reunia a nata da sociedade local, com bailes monumentais ; Mercadão com feira-livre interna ; Agência do IBGE ; Campo (emergencial) para aeronaves; Ponte sobre o igarapé Tibiriçá ; a primeira estação ferroviária que remontava da Bell Époque"  -, inclua-se aí, uma passarela construída no governo Edilson Abreu, que fora abandonada por questiúnculas políticas e que hoje cai aos pedaços, num gesto espúrio, inclusive de desperdício do dinheiro público. Alguns outros prédios suntuosos e históricos, todos colocados abaixo, sem uma plausível explicação ou resistência em contrário, dos homens públicos de longas e longas datas. Sem falarmos nos antes caudalosos e refrescantes igarapés que cortavam a cidade nos quatro ventos, atualmente reduzidos a pequenos valados, destinados apenas ao esgoto sanitário urbano.
   Para não dizer que tudo fora de águas-abaixo,  hoje ainda possuímos: o majestoso Antonio Lemos, o secular Silvio Nascimento, o prédio construído pelo saudoso governador João Coelho ( embora meio descaracterizado) e o exuberante sítio do Retiro de Moema, que encontra-se subutilizado (apesar de tratar-se de uma propriedade particular), guarda excelente propiciabilidade para explorar-se ali, o turismo ecológico  -,esses quatro últimos, parecem resistir estoicamente à sanha dos "apaga-memórias" desta bendita terra.
   Em não se tomando providências, pode estar brevemente nesse rol "fantasmagórico",  um dos maiores patrimônios  esportivo-culturais, o nonagenário Atlético Clube Izabelense, que hoje sob a incúria de pessoas que jamais tiveram vínculos oficiais ou tradicionais com a aquela agremiação, podem acabar não resistindo a influência e à "esperteza", entregando a terceiros, o único bem que é o seu estádio e, sepultando de vez mais uma tradição do nosso município. O Izabelense senhores, sempre foi um clube nascido no seio do povo, chegou aos seus 91 anos, sem nunca depender de grupos empresariais, a não ser os que vieram para somar, como se viu nos períodos: José Pedro de Almeida Campos e Edilson Abreu, que tiveram que  efetivamente buscar no âmbito dos empreendedores, recursos para o avanço e a obra que ali deixaram, sem que nenhum desses colaboradores alegassem ou pretendessem serem os "donos" daquela agremiação. Ademais, o clube possui os seus estatutos, que reza em um dos seus artigos: "em caso do fechamento ou extinção deste clube esportivo, ele será doado à uma instituição de caridade, de comprovado e ilibado funcionamento".
  Depois de tudo isso, me faço a indagação: será que jamais teremos cidadãos que lutem pela nossa memória : quer patrimonial, cultural ou esportiva ? Sinceramente, eu como um velho filho desta terra, não gostaria que esse verdadeiro ultraje dilapidador de nossos valores,  continuasse a solapar e reduzir Sta. Izabel do Pará, até transformá-lo à insignificância. 
   Claro que podemos evitar tudo isso, com União, consubstanciada pelo Labor, que devem ser sempre o nosso lema, tal qual nos orienta e nos fortalece, os nossos imponentes e respeitáveis símbolos municipais.

  

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