quarta-feira, 5 de outubro de 2016

JANELA DE VIDRO


    Se meu avô vivo estivesse, diria que em toda história do nosso município, nenhum gestor fora tão vilipendiado e desrespeitado como Gilberto Pessoa. 
    Nesses anos todos que acompanhamos a trajetória de nossa terra, vimos um pseudo chefe político arrasá-la, fazendo-a retroceder por 25 longos anos, prejudicando várias gerações, principalmente no tocante: saúde (olhem que ele era médico), educação e cultura. Presenciamos estupefatos gestor com até doze anos de mandato, deixar a prefeitura com os cofres vazios, seus funcionários com seis meses de atraso e dívidas astronômicas na praça, e até driblando uma devida cassação . Assistimos pasmados, gestor escapar de iminente impeachment, depois de inúmeras falcatruas praticadas contra o erário público, ser salvo de duas CPIs, quando alguns vereadores "amigos", lhe deram aval e crédito. Vimos administrador que não se interessou em agregar empresas que aqui desejavam se instalar, o que naturalmente geraria divisas, emprego e renda para os munícipes. Agora o mais interessante nesse episódio rudimentar, é que todos os atores ainda hoje são reverenciados, tentam até candidatar-se, sendo julgados como heróis e se duvidar, alguns pleiteiam-lhes uma magnífica estátua bem à entrada da cidade. O resultado de toda essa ópera bufa, é que temos hoje, um município não desenvolvido, com parcas finanças, sem perspectiva de crescimento e o que é pior, responde pelo segundo menor PIB da Região Metropolitana de Belém e, logicamente, não foi essa administração que causou todo esse fenomenal e escabroso estrago.  
    Por outro lado, a ideia fixa de atropelar e massacrar a administração atual, começou logo depois que o grupo plutocrata e empresários menores, reforçados por alguns descontentes (que por algum motivo foram alijados do serviço público), e que foram esmagados pela fragorosa derrota em 2012. Antes permaneceram ressentidos porém acomodados, assistindo de forma nervosa, o trabalho sucessivo da atual gestão -esperando naturalmente às proximidades das eleições para incitar e conclamar a população a insurgir-se contra uma administração que, se não foi a melhor, superou à inúmeras outras, com atuação direta na Saúde, na Educação, Esportes e obras sociais -mesmo com os ínfimos recursos do município e diante de uma grave crise que assola o país -e ainda conseguiu pagar em dias seus funcionários, restabelecendo inclusive o crédito na praça.
    Mesmo assim, diante de uma oposição severa e revanchista, que começava a mostrar suas garras e mesmo atabalhoada no início, procurava por todos os meios soerguer-se, buscando um "ícone" de referência capitalista, para fazer frente ao trabalho proficiente e ameaçador para eles, desesperados antagonistas. Como obstinados fiscais do "novo chefe", passaram à denúncia rasteira e mesquinha como: ausência de governabilidade, dúvidas sobre a honestidade do gestor, ataques discriminativos,  buracos de ruas, poluição de igarapés, falta de segurança, defeitos no trânsito, "fechamento de hospital" (mesmo sendo particular), estradas e pontes sem condições, -enfim até a UPA que já estava quase concluída, usaram-na como "obra eleitoreira".
   Satisfeitos agora com a "grande vitória", obviamente que todos têm a consciência que passarão de estilingue à vidraça, com a obrigação de realizar tudo que cobraram antes, e algo mais, nesse próximos quatro anos. Se não for feito, queremos ver os tais "municipalistas de plantão", fazerem a mesma exigência que radicalmente fizeram nesta administração. 
   Também lembro-me outra verdade que vovô me ensinou: "Quem tem janela de vidro, não atira pedra na dos outros".   
      

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