domingo, 31 de dezembro de 2017

A FALTA QUE ELES FAZEM


     As pessoas de nossa época, ali pelos anos 60, acostumaram-se a ver nossa Câmara Municipal, apesar do restrito preparo intelectual de seus membros, mas dotada de cidadãos simples e puros, suprindo essa necessidade, com o bairrismo e a presteza com que exerciam tal função. Estávamos no período pré-televisivo e quantas vezes nos juntávamos para assistir as sessões legislativas, num misto de interesse pelo desenvolvimento do município e dever cívico. A Câmara Legislativa funcionava nos altos do prédio do Executivo (atual prefeitura), cujas reuniões sempre carreava um bom número de pessoas e como destaque assistía-se a pureza e a franqueza de seus membros, quando em calorosos debates, justificavam o porquê de suas presenças, sem dissimulações ou mesmo tendência de favorecer a terceiros, nos dando um raro exemplo de defender nosso povo, como seus lídimos representantes, cumprindo portanto o seu regimental papel e respeitando a todos aqueles que lhes confiaram o voto. Crescemos portanto assistindo verdadeiros municipalistas, ora em defesa desta terra, ora em amparo ao eleitor, entre os quais ainda nos vem a feliz lembrança de edis como: José Tavares Pinheiro (o Dezinho), Pedro Miranda, Elizeu Furtado de Lima, Anízio Pinto de Souza, Antonio de Oliveira Souza, (o Qualhada) e tantos outros que nos deixaram soberba contribuição em apoio ao município e nossa gente. No período era flagrante assistirmos Comissões de Inquérito, afastamento de gestores, cassação de mandato e até perda de direitos políticos. Quantas discussões ouviu-se entre os defensores do então "chefe-político", deputado Victor Paz e aqueles que inarredavelmente colocavam-se ao lado da comunidade, apontando as falhas do grupo daquele parlamentar. Infelizmente o município saiu prejudicado pois a força "vitista" ia além além-fronteiras e cuja politicalha arrastou nossa terra ao subdesenvolvimento por 30 anos e que até hoje nota-se seus nefastos efeitos.
     Presentemente em pleno Século 21, quando Sta. Izabel alcançou seus 84 anos de emancipação política, nos dá a impressão de que nos deparamos com uma situação análoga,onde um grupo tenta conquistar o domínio total, diante de um legislativo leniente ou complacente permitindo assim tal anomalia -,o que só pode trazer perplexidade e aflição a este povo, sem anteparo ou norteamento de onde esperava ter.
    Torna-se difícil imaginar-se portanto, que recuamos 60 anos atrás, porém com uma diferença e certeza: aqueles verdadeiros representantes do povo de outrora, nos fazem muita falta, isto temos que reconhecer.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário