segunda-feira, 23 de setembro de 2013

NINGUÉM CHORA DE BARRIGA CHEIA


    Talvez poucos funcionários recordem que durante o Regime Militar  começaram as discrepâncias salariais entre os três poderes da República. Ao Legislativo e Judiciário sempre eram dados reajustes substanciais, em detrimento do próprio Executivo, que sempre esbarrava na "austeridade e contenção de despesas nos cofres públicos". De lá para cá, a moda pegou e mesmo com a Constituinte de 1988, que apesar  de consagrar essa igualdade salarial, nenhum governo colocou em prática, visto que, essa Lei ainda está a espera de votação (desde 2010), num Congresso superatarefado de outras questões, possivelmente mais relevantes. Porém nesse meio tempo, já foi votado o teto nacional (por duas vezes), onde o STF chega a R$ 26.700 e os legisladores tanto que fizeram que chegaram lá, após passarem de R$ 8.000 para cerca R$16.000, apenas no governo Lula. Quanto ao Presidente da República e o Vice, após alguns vais-e-vens, também chegaram lá, aliás de forma justa. Com esses substanciais aumentos, são elevados também proporcionalmente, os salários de todos os funcionários dos poderes. Porém não se sabe quando o pessoal do Executivo será agraciado -uma vez que, sempre tem que passar por disponibilidade de caixa etc e tal. 
   Para se ter uma ideia clara, basta que se compare o contracheque do servidor do Executivo com dos companheiros dos outros dois poderes , para se sentir a diferença abissal.
    Ainda para melhor elucidar, o governo FHC (ilustração) já no seu terceiro ano do segundo mandato (em 2002), "brindou" os servidores com "gordos" 3,5%. Lula ao entrar ofereceu 1% e agora a presidente Dilma, após negar qualquer aumento aos servidores, concedeu 15,84%, que serão pagos em três parcelas a partir de 2013, o que dá pouco mais de 5%  a cada 12 meses. Quanto a tal isonomia, esta dormita nas gavetas congressistas, pois talvez não haja tempo para votá-la,  ainda nessa legislatura.
    Nesta semana recebi um boletim do Sintsep-Sindicato dos Servidores Públicos Federais, que dentre outras coisas, convida seus associados a se mobilizarem para a Campanha Salarial-2013, assim se reportando em determinado trecho: " O governo mantém os lucros dos banqueiros, serão gastos R$ 22 bilhões com bolsa família, R$ 38 bilhões com a Copa da FIFA e ainda mantém os mensaleiros impunes ..." se tem dinheiro para tudo isso, tem dinheiro para reajuste já!
    A máxima popular é verdadeira : realmente "Ninguém chora de barriga cheia ...  

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