domingo, 22 de setembro de 2013

SOBRAS DO DESPOTISMO


     Quem viveu os anos 50, sabe da atrocidade cometida em nosso município, através de uma pseuda liderança, na pessoa do médico da terra Vitor Paz, que se alimentava da política clientelista, sem no entanto se importar com o nosso desenvolvimento. Foram 25 anos de domínio e descaso, cujo principal mentor conseguiu arregimentar um grupo de fieis seguidores que o ajudaram a eleger-se cinco vezes na câmara estadual. Ao cabo dessas duas décadas e meia, restou-nos um município destroçado, estagnado e naturalmente sem perspectiva de progresso. Por esse motivo, foi que alguns de seus sectários, já cansados de tanta desordem e aberração, passaram a discordar do então "lider", fazendo-lhe severa oposição . Em 1967 o grupo dissidente trabalhava e elegia Nestor Ferreira,prefeito, ignorando o irmão do ex-cacique, Ângelo Paz. Em 71 o velho mandachuva, ainda conseguia eleger Raimundo Negrão, seu fiel pelego, para um mandato "tampão" de dois anos. Porém os revoltosos não desistiam e batalhando, levaram Alderico Miranda ao Noé de Carvalho, que governou de 1973 a 1976, fazendo um regular trabalho. Durante esses quatro anos, Miranda rompia com seus "criadores" assumia a liderança e conseguia eleger Antonio Romão, cujo período foi prorrogado de 77 a 82. Novamente Alderico voltava à Prefeitura para administrar de 83 a 88 e quase era cassado com problemas de CPI frente à Câmara. Conclusão: Nestor,Alderico e Romão tiveram dificuldades para governar visto que, o "velho chefão" se aninhara na ARENA (partido da Revolução de 64) e os tratava como inimigos figadais.
   Edilson Abreu após muito resistir, entrava para a política em 89 governando o município até 92, após receber de Alderico uma prefeitura sucateada. Conseguiu fazer um bom trabalho, pois além de escapar do regime "vitista", fora ajudado pelo governador Hélio Gueiros, que possibilitou-lhe realizar várias obras, deixando o município saneado e em condições de avançar. Entre 93 e 96 Alderico voltava ao Noé de Carvalho pela terceira vez e novamente deixava o município cheio de problemas e muitas dívidas, para Edilson Abreu que assumia pela segunda vez e novamente arrumava o município, porém não conseguiu mais realizações face desentendimento com o governador Almir Gabriel. De 2001 a 2004, Antônio Simão assumia o governo e conseguiu fazer a pior gestão dos últimos tempos, deixando o município na bancarrota, com várias dívidas e nada acrescentou. Marió Kato assumia em 2005 sob a égide do PMDB, conseguindo sanear o município e realizar algumas reformas, e voltava novamente entre 2009 e 2012 ao palácio Noé de Carvalho, quando limitou-se a conservar o pouco que realizou no primeiro mandato. Saiu dizendo não ter tido ajuda do seu partido o PMDB. No pleito de 2012, Gilberto Pessoa conseguiu vencer o forte aparato financeiro do candidato Evandro Watanabe, que tinha além da empresa da família, vários empresários a financiar sua invejável campanha. Gilberto após receber a "casa arrumada" segundo o antecessor Marió, deparou-se com uma Prefeitura exatamente ao contrário, segundo ele. Agora o atual prefeito vai ter que provar que era a melhor opção e convencer, caso contrário dará margem à oposição de crescer.
    Se pudéssemos consultar todos os políticos que passaram pelo poder, dos anos 80 para cá, isto é, quando Sta. Izabel libertou-se da era "vitista", por certo nos diriam que fizeram e aconteceram, porém pelo que se vê na prática, nosso município está classificado como quinto em desenvolvimento, entre os seis da Região Metropolitana de Belém, o que anula qualquer argumento em contrário.
    Os 25 anos de retrocesso entre 1950 e 1975 ainda pesam, visto que,até hoje não reunimos competência para elaborar políticas de investimentos na economia e nem um planejamento adequado para viabilizar o desenvolvimento municipal.    

Nenhum comentário:

Postar um comentário