quinta-feira, 23 de abril de 2015

DEVANEIO DE UM "EX-POLÍTICO"


     Remexendo os velhos arquivos, deparei com uma espécie de auto-biografia de um cidadão que se disse "político por acaso". Como evangélico ou crente, deveria saber, -como sita em alguns trechos de  sua "saga"-, que tudo que nos acontece é determinado por Deus.
     Sua narrativa torna-se bastante enfadonha, face à inclusão de outros assuntos particulares que não condizem com o título proposto, -talvez para descontrair o leitor.
    Começa contando sua vida difícil e anônima no campo, até que um certo dia, alguém lhe ventilar um convite para ingressar no âmbito político. 
    Depois de assistir a mais um fracasso do político que o descobriu, que era um eterno candidato, agora já mais assenhorado, passou a ser procurado por outros partidos. Ato contínuo ingressou em outra "porta", cujo líder era um deputado da terra e, que agora era, do partido da Ditadura desde criancinha. Este deputado (com cinco legislaturas), que levou a vida colhendo votos através de amostra gratis de remédios, e naturalmente se elegendo, caia em desgraça ante seus próprios adeptos, enrolava a bandeira, depois de não ter conseguido eleger seu irmão e nem seu filho. Seus correligionários cobravam-lhe avanços e desenvolvimento do município, o que menos lhe importava. Caiu e caiu sem haver "remédio" que desse jeito. 
     Nosso auto-biógrafo continuava sem chances, principalmente por haver em sua vila, um "expert" em política que se elegia quase todo tempo, como este era sectário do deputado, também finou-se politicamente.
   Aí sim, abriu-se o caminho, ficando mais aplainado, e ele se elege em 66 vereador. Neste seu primeiro mandato não dá muitas informações. Onze anos depois (1977), meio desiludido com a carreira, é convidado para vice-prefeito, agora na legenda PMDB. Seu partido, que tinha um "novo lider", torna a eleição mais fácil e vencem. Com a desistência do titular, que alegou problemas com a saúde, não aceitou dois anos de prorrogação, entregou-lhe a vaga, e ele teve a honra de administrar esta terra por 24 meses.
   Para não mais delongar nossas despretenciosas observações: no livro que conta a  história do Município, nosso indigitado tem mais páginas de suas "realizações", do que aquele que foi buscá-lo novamente em seu habitat e "reanimá-lo" para a política (tendo este, quatro mandatos),  e o próprio prefeito eleito, seu companheiro de chapa que trabalhou por quatro anos.
   Essa gente só não fala, é que durante todo esse tempo (15 ou 20 anos), o que foi deixado para que este município deslanchasse, quando se vê hoje nossos vizinhos em franco desenvolvimento.
  É. A política realmente faz as pessoas deslumbrarem-se, mesmo a despeito do que pouco ou quase nada realizaram para o progresso de um povo.
  
     

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