quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

MANIA DE SUBSERVIÊNCIA


      Certa vez o grande escritor brasileiro Nelson Rodrigues, cunhou esta frase: "O brasileiro tem complexo de vira-latas". Ele então se referia à humilhante derrota sofrida pela Seleção Brasileira na Copa de 1950, quando perdemos para o Uruguai em pleno Maracanã e o Brasil precisava apenas de um simples  empate para ganhar seu primeiro Mundial. A sentença ainda repercutiu por vários anos, quando o pais vivia literalmente de pires na mão, dependendo exclusivamente do capital externo.
      Olhando-se por outro prisma, tal submissão parece estar enraigada na mente de muitos, quando vemos um grupo de indivíduos externarem seus dotes bajuladores, diante de pessoas que mais lhes parecem semi-deuses. Basta tão somente que aqueles demonstrem alto-status, considerável conta bancária, elevado cargo público ou alta referência no meio empresarial. O cordão de apaniguados começa com um, dois, três e repentinamente se multiplica -onde todos têm um único e principal propósito: reverenciar o "chefe" com imensuráveis e demasiados elogios, tentando aproximar-se o máximo possível para a sustentação do saco alheio. Para estes, pouco importa portanto, que à medida em que se tornam contumazes, perdem sua própria identidade e a capacidade de discernir e opinar, pois passam a autômatos ou teleguiados, obedecendo piamente e regiamente o que lhes ordena o "comandante" e daí passam a adotar o único lema: "Se é bom pro "chefe" é bom pra todos". As figuras mais identificadas com o sistema, residem principalmente no âmbito político, enquadrando-se aí, aqueles que já fizeram parte do poder, quando se mostraram inaptos e incompetentes, mas mesmo assim  se arriscam numa nova investida, os que buscam a primeira oportunidade e os ainda atrelados ao comando, embora igualmente ineficazes, lutarão para que não lhes retirem as tetas. A arma mais utilizada contra o oponente é a picuinha, o disse-me-disse e a desfaçatez, tão própria à pessoas estéreis que não conseguem mostrar ou apontar trabalhos ou até mesmo planos, que realizaram ou que poderão realizar no futuro, para uma comunidade que um dia depositou-lhes esperanças, por cerca de 12 anos consecutivos.  Por esse motivo, o município agora, parecendo ressabiado, jamais esquece do retrocesso que sofreu por longos 25 anos, também perpetrado por uma pseuda-liderança e seus asseclas, que o  relegaram ao fundo do poço.
    A democracia está aí para dar oportunidade a qualquer um que almeja galgar um cargo eletivo, porém muitos esquecem que o povo continua observando e tirando conclusões e dará sempre a palavra final. Só ele tem a faculdade de punir aqueles que ousam desvirtuar o seu julgamento, querendo subverter sua consciência. Quando se sabe que tal prática não é fazer oposição  -,é no mínimo deslavada apelação.   
    

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