domingo, 14 de fevereiro de 2016

O REINO POR IZABÉLDIA


    Conta a lenda que no Século XX Ac, existiu uma comunidade bem distante chamada Izabéldia. Tempos depois, ali chegava um grupo de humildes retirantes orientais, em busca de nova vida. Após 10 anos alí radicado, o patriarca conhecido como Catanabo, cansado de cultivar e catar nabos e outros cereais, resolveu dedicar-se à criação de galináceos, negociando um velho criadouro que jamais teve progresso na localidade, para isso, associou-se a um seu antigo conhecido da região, quando  adquiriram o primeiro casal de pintainhos. Passados alguns anos com a multiplicação vertiginosa das espécies, passou a ser o maior criador da localidade. Uma vez nababo e com alto status na comunidade, logo pensou comprar ou apoderar-se de tudo e de todos na antes pacata Izabéldia.
Catanabo possuía um herdeiro, criado com todos os mimos e vontades e que por força da hereditariedade, chamou-se Catanabin. Já grandinho,o pequerrucho solicitou ao genitor seu primeiro bicho de estimação, um carneiro, -o pai lhe presentou todo o rebanho das redondezas; em seguida pediu um cavalo, mandou buscar um dos melhores exemplares árabes; solicitou uma bicicleta,   foi agraciado com um Citroen Ok ; pediu-lhe uma bola, recebeu um clube inteirinho; solicitou uma casa, ganhou um castelo nos alpes suíços. Assim, acostumado a possuir tudo o que pretendia, Catanabin, nunca satisfeito com o que já possuía e sempre ambicionando mais, certo dia chamou o seu já octogenário genitor e pediu-lhe a posse de toda a comunidade de Izabéldia. O velho galinicultor, embora não tenha achado mal a ideia, após coçar a cabeça e pensar alguns dias, disse que ia lhe dar. Ao cabo de alguns meses, o serelepe filhote voltou ao pai e passou a lhe cobrar o prometido. O patriarca já meio sem jeito e constrangido, resolveu abrir o jogo para o pretensioso herdeiro, dizendo-lhe: -Tentar bem que eu tentei. Acontece que os velhos e verdadeiros nativos de Izabéldia, não aceitaram negociar suas consciências, isto é, respeitam suas origens e tradições. São bem diferentes do nosso antigo mordomo e outros igualmente interessados em nos bajular, em troca de algumas formas de ovos. E depois, você esqueceu filhinho, que não sou rei de Izabéldia e sim, da Frangolândia. Dessa maneira ficamos assim: ou mudamos de estratégia ou de "terreiro" e quem sabe um dia, você ganhará esse brinquedo que tanto sonha. Mesmo que eu tenha que doar todo o meu reino frangolânico ou fornecer meu último ovo -ou até mesmo seja a minha última ação nessa vida terrena."
      Talvez tenha sido por isso que surgiu a assertiva: "Não se pode fazer omelete sem quebrar os ovos."

Obs.: Qualquer semelhança, é mera coincidência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário