domingo, 11 de março de 2018

AS PERIPÉCIAS POLÍTICAS


   Talvez a coisa mais difícil é definir ou mesmo avaliar política e especificamente, o eleitor neste Brasil velho de guerra. Porém arrisco meu pitaco, mesmo sabendo que jamais terei total anuência dos que me dão a honra de ler. 
   Ora, num país em que a cada dia reduz-se a possibilidade do cidadão sobreviver condignamente no que se refere colocação (emprego), ele se torna uma presa fácil às pretensões dos políticos oportunistas (leia-se também maquiavélicos). Agora, trazendo-se a prosa para este pedacinho de Brasil, se tem notícia que desde a fundação do município, já existiam os "manobreiros", que atuavam com mil peripécias, no afã de ganhar o voto de uma população ainda bem mais desinformada e por conseguinte incauta. Conta-nos o anedotário "sipiano" (ou seria sipiense?), que tivemos até candidato que ofereceu "leite encanado", proporcionou lautas feijoadas regadas a churrasco, festanças ininterruptas de 72 horas para todo mundo que ali quisesse se empanturrar e balançar o esqueleto. Também o clientelismo exacerbado, na pessoa de um médico local, que distribuía amostras grátis de remédios nas campanhas e assim, conseguiu cinco mandatos de deputado estadual, sem na realidade influir ou contribuir em nada para o desenvolvimento deste município. Os dois processos embora distintos, tinham naturalmente o intuito único de aprisionar o eleitor com o divertimento ou de outra forma, com o "favor" médico, às vezes até com promessas de empregos. Tudo isso passou-se num período aproximado de 40 anos, para na década de 90, os novéis "farejadores de votos", inventarem novas e "miraculosas" estrepolias. A partir daí, começou-se a ter notícias de "nêgo" se elegendo distribuindo: dinheiro em espécie, dentaduras,óculos, próteses diversas, cadeiras-de-roda, cestas básicas, material de construção, geladeiras, televisão, enxovais etc... etc. -isto sem falar invariavelmente na famosa promessa de emprego. Hoje também muitos utilizam as assossiações comunitárias, meios esportivos, sindicatos, igrejas,carnaval  -embora se saiba que em alguns casos, esses "líderes" ao se elegerem, fazem corresponder aos anseios daqueles respectivos grupos. Em contraposição, no rol dos votantes, existem aqueles menos exigentes que se contentam com um aperto de mão do candidato, a limpeza, asfaltamento ou iluminação de sua rua, ou a obturação de um buraco que já fez 8 ou 12 aniversários consecuitvos; porém devem existir os mais impertinentes que querem: pneus ou peças diversas de carro, moto (para trabalhar), carro-de-cachorro-quente, casa mobiliada, além é claro, de um emprego na Prefeitura ou na Câmara. Considerando-se, essas aspirações populares são fruto ora, do eleitor "vivaldino" que se diz aproveitar-se do "momento da procura", achando que só terão "nova chance" dali há quatro anos -porém existem os verdadeiramente necessitados, que muitas das vezes por falta de emprego, não têm sequer como saldar nem mesmo os já escorchantes tributos como, energia, água, IPTU, além do alto custo de vida.
     De outra maneira, dá para se tirar uma nítida conclusão, de que o processo eletivo, passou a ser mal comparado a um grande mercado persa, isto é, negocia-se ou troca-se quase tudo e, onde leva soberba vantagem os mais bem aquinhoados -embora se saiba que a Justiça Eleitoral trabalha incansável e efetivamente para coibir tais práticas, havendo muitos casos de impedimento de candidaturas, por essas práticas condenáveis.
    Que país estamos em que se troca ainda a dignidade do voto por um litro de aguardente, alguns tira-gostos, um lanche ou até um saquinho de pipocas?
    E o eleitor? Bem, aquele que ganhou um emprego de 48 meses, pra ele está tudo ótimo, porém, para os outros que terão pela frente todo esse tempo e mais alguns anos à procura de trabalho, em um município que ainda está longe de se desenvolver, é realmente cruel. 
   Geralmente os que galgam o poder, alegam sempre que só herdaram dificuldades, logo uma herança maldita
-como se isto justificasse suas visíveis e flagrantes deficiências.
    -Nos queixar a quem?    
         

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