terça-feira, 6 de março de 2018

NOSSA EDUCAÇÃO, ONTEM E HOJE


    Somos de uma época, ali pelos fins dos anos 40, em que discutir-se política nesta terra era dispensável ou até desprezível, pelo simples fato de sermos um município ainda recém- fundado, com uma população de aproximadamente 10 mil habitantes, basicamente composta de cidadãos de instrução primária ou nenhuma, em sua maioria nordestinos natos, eram portanto épocas onde ainda davam as cartas os Senhores de Engenho ou Coronéis. A política como não poderia deixar de ser, funcionava com esse viés, ou seja, os homens com melhores posses ou mesmo, saber, tornavam-se controladores e assim dominavam estados, municípios e até o país. Sta. Izabel após surgir do desmembramento de alguns lotes da Colônia Nossa Senhora de Benevides, leia-se Valentin José Ferreira, que escolheu o local pela facilidade de acesso para transporte do produto da novel área agrícola até à capital via seus navegáveis igarapés, o que muito influenciou nossa terra logo a se destacar como um centro de progresso, onde a economia girava em torno do extrativismo vegetal, serrarias, engenhos de açúcar, alambiques, agricultura, que juntos, acionavam um próspero comércio. O somatório disso tudo, foi que acelerou o processo de emancipação desta terra, surgindo como um município economicamente forte, logo promissor, em 1934. Infelizmente à partir dos anos 50, um médico filho da terra,depois de eleito deputado estadual por cinco mandatos, e com uma nefasta politicalha aos moldes do "coronelismo" calcado no tradicional clientelismo, deixou como saldo abominante um município destroçado estagnado, logo, sem perpectiva e muito menos chance de crescimento, isto entre 1950 e 1980, transformando-o em um grande "curral eleitoral".  Para se ter uma ideia concreta, a Educação fora relegada ao último plano, pois os jovens (como eu), apenas estudavam até o Curso Primário no ainda Grupo Escolar Sílvio Nascimento, tendo em vista que o Colégio Antonio Lemos era exclusivo para moças e ainda por cima órfãs. Dado ainda ao domínio do então parlamentar, muitos dos pais não incentivavam os filhos a participar do processo político, o que muito corroborou para que a aludida politiquice perdurasse por tão longo período. Fora necessário portanto cerca de 30 anos, para que novas gerações, agora juntando-se a ex-integrantes e colaboradores do pseudo-chefe, conseguissem desbancá-lo. Os izabelenses de então se livraram de um pesadelo, porém em contraposição reaparecia um município alquebrado, fragilizado e carente de novas e capacitadas lideranças, -prova inconteste é que até hoje é um dos que menos se desenvolve na Região Nordeste do Pará. Considerando-se que no presente, temos um  contingente considerável de novas cabeças, que tiveram o privilégio de contar com inúmeras escolas no município, cursos preparatórios,dentre especializações, que nos deram uma gama de cidadãos com invejável conhecimento em áreas diversas, que bem poderiam ser aproveitados na esfera política local, que acreditamos poderão substituir e transformar sobejamente os rumos dessa tão importante e imprescindível atividade humana. O ideal seria sobrepujar essa descomunal barreira que nos separa do desenvolvimento, caracterizada pelo continuísmo de figuras por vezes neutras, senão apáticas que infelizmente nada somam no que tange a propagação, bem como prosperidade desta terra.
    Portanto, consideramos que já passou da hora de nossos partidos tomarem uma posição talvez inédita, no sentido de conclamarem, incentivando essa verdadeira plêiade de cidadãos que melhor se prepararam nestes últimos tempos, essa força intelectiva e privilegiada que hoje podemos contar, para em conjunto e em amparo a esta terra que amamos e que é nosso berço, não permitindo mais que retroaja novamente ao fosso negro do subdesenvolvimento, em nem recaia no mandonismo oportunista dos que detém o poder financeiro, os novos "coronéis". Afinal temos como força principal, a compreensão e o incentivo dos inúmeros izabelenses natos que sonham com um melhor futuro para sua terra, além da pujança e a capacidade dos nossos jovens mais bem preparados.
    O que queremos mais?
   Vamos em frente, Sta. Izabel!    


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