sábado, 10 de março de 2018

IZABELENSE: ENTRE A GLÓRIA E O DESCASO


     São bem poucos (que ainda estão por aqui) que viveram os tempos áureos do Atlético Clube Izabelense por volta dos anos 50 aos 90. Depois de ter surgido do entusiasmo de um grupo de amigos amantes do futebol em 1924, este clube tornou-se um dos mais respeitados e organizados de toda a Região Bragantina. Por muitos anos via-se em sua sede social (em frente ao lendário Clube Thalia), inúmeros troféus e fotografias que registravam a sua orgulhosa e respeitável trajetória, para gáudio e satisfação de seus assíduos frequentadores e admiradores naquelas inesquecíveis épocas. Por conseguinte conhecia-se os esforçados e diligentes diretores todos com um perfil brilhante, nas pessoas de: Manoel Silva, Victor Paz,Lisis Bitencourt,Profº Domingos, Bento Lima, José Pedro de Almeida Campos, Edilson Abreu e tantos outros que não mediram esforços para elevar bem alto o pavilhão Alvirrubro em fases distintas. Viu-se no seu gramado a magia de craques como Quirica, Caboclo Orlando, Curica, Pedro Brito, Jaú, Orivaldo, Ceará,Quarentinha, Bito e depois, já nos anos 60, Cacareco,Vicente, Jurandir, Edmilson,Formiga, Chico, Osvaldino,Pipio,Orlandino,Lola, Adê, esta última leva de atletas que deu ao glorioso Izabelense o primeiro título Intermunicipal de Clubes em 1964,e onde 9 foram titulares absolutos da primeira Seleção Izabelense naquele ano -continuando assim, a agremiação como um celeiro inesgotável de excelentes jogadores. Nos anos 70 e 80 sob a direção do dinâmico desportista Edilson Abreu, o clube alcançou talvez a sua fase mais proeminente quando ganhou o título Intermunicipal por duas vezes representando a Liga,além de uma invejável performance excepcional no Certame Paraense de Futebol quando em 81 chegou a disputar um Triangular Final com Remo e Paysandu e disputou também por duas vezes a Taça de Bronze, atual Terceira Divisão do Certame Brasileiro(81-92). 
     Hoje infelizmente vemos uma imagem totalmente adversa e deprimente de tudo que se plantou outrora, um clube sem perspectiva, sem mentores com conhecimento dessa brilhante história, sem um planejamento necessário, dependências e a praça de esportes com gritantes carências e destinada apenas à peladas cotidianas a pseudos sócios de idade até senil -portanto longe de se pensar um clube forte, competitivo e organizado para disputar um Campeonato Paraense de Profissionais. Pior se torna ainda, quando aparecem os "virtuais donos", que chegam a ditar ordens até em eleições, exigindo esse ou aquele candidato, em desrespeito aos estatutos e a alguns beneméritos que assistiram tamanha agressão e demonstração de autoritarismo. Não é assim logicamente, que se colabora com um clube já quase centenário e nem se conquista a simpatia de seus antigos baluartes.
    Nós que participamos de um outro Izabelense, onde reinava a harmonia, o respeito, a colaboração mútua e expontânea entre todos, sem o abusivo mandonismo, pois foi assim que se conseguiu fazer deste clube o que já foi. "Já foi", digo com tristeza, porque realmente é lamentável e inimaginável a situação atual dessa nossa gloriosa agremiação. 
     O Izabelense precisa de todos nós filhos legítimos desta terra e que amamos o esporte, bem como, daqueles que atuam em nossa comunicação, para que façam uma análise criteriosa dessa despropositada situação por que passa um clube já quase centenário, convidando pessoas interessadas e ligadas ao futebol, para que unidos possamos encontrar soluções, com a única finalidade de levá-lo novamente a brilhar, dando tudo de nós como o fizeram seus apoiadores do passado.
    Se assim não for, estaremos longe de servir e prezar as cores deste clube e do futebol desta terra, que já foi grande e hoje se apequena diante do nosso próprio descaso. 
    -Pensemos nisso.
   
     

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